A batalha das limas continua a unir jovens e adultos em Ponta Delgada numa guerra de sacos de água onde ninguém regressa a casa com a roupa seca.

A avenida Infante Dom Henrique, em Ponta Delgada, voltou ontem a ser o palco de mais uma batalha das limas, cumprindo uma original tradições carnavalesca.

A batalha continua a ser uma festa das famílias, mas sobretudo dos jovens, que se juntam em camiões e lutam contra as pessoas que circulam a pé na avenida. Apesar da evidente vantagem dos grupos de jovens que se encontram em cima dos camiões, no final, todos os guerreiros ficam "completamente" molhados e mantêm viva a tradição da batalha das limas.

Albano Silva, com 45 anos, já participa nesta festa "desde os 15 anos" e aproveita para transmitir a "adrenalina" da batalha ao seu filho. "Agora como já tenho alguma idade, mas não tenho juízo, venho com o meu filho mais novo. Gosto de participar nesta tradição única no mundo e quero passar esta tradição para os meus filhos", revela.

No entanto, o tempo provocou mudanças na tradição. Actualmente são raras as limas utilizadas e abundam os sacos com água. "Nota-se que a batalha das limas passou a ser dos sacos de plástico e balões", conta Albano Silva.

A edição deste ano da batalha das limas contou apenas com a participação de seis camiões, provavelmente devido à crise financeira. "Se calhar não existe gasóleo para gastar", aponta com alguma ironia Vítor Silva, que acompanha a batalha das limas à distância.

"Acho esta festa engraçada, sobretudo para as crianças. Gostava de participar na batalha, mas com os miúdos é complicado porque se podem magoar", sublinha.

Marlene Ribeiro já tinha visto imagens na televisão da batalha das limas e sentiu "curiosidade" para assistir ao vivo. "Acho esta festa muito engraçada, mas opto por assistir de longe", refere.

No meio da batalha das limas ainda se encontravam alguns turistas que foram surpreendidos pela chegada dos camiões carregados de balões de água.

"Acho que esta forma de celebrar o carnaval é muito engraçada em Ponta Delgada. É muito diferente daquilo que existe na Suécia. Lá também há pessoas a celebrar junto às fontes, mas não atiram balões de água. Vou contar esta história aos meus amigos", declarou Stefan Limbay.