O FC Porto joga este domingo a primeira de duas finalíssimas quanto à conquista do campeonato nacional. Os dragões recebem no seu palco predilecto a Académica de Coimbra para o exame que antecede o teste definitivo às capacidades do possível campeão. Caso vençam, os jogadores de Villas-Boas ficam a precisar apenas de três pontos para a festa. E a viagem que se segue, já todos sabem, é à Luz.

O alerta amarelo paira no Dragão. E não é ironia alguma, nem aqui fazemos referência ao que o vizinho Paços de Ferreira pode ou não fazer na segunda-feira contra as àguias. Não que haja qualquer perigo iminente no que diz respeito à liderança do campeonato, mas Villas-Boas tem de gerir com pinças a situação potencialmente problemática dos cartões. São sete os jogadores portistas em risco de falhar a viagem à Luz, que o técnico garante não ocupar o pensamento azul e branco, mas para a qual certamente deseja ter o melhor armamento possível.

Sapunaru e Otamendi já ficaram fora dos convocados para não terem hipóteses de falhar um qualquer tempo de entrada. E para descansarem. Helton, Fucile, Álvaro Pereira, Fernando e Guarín devem jogar mas com mil e um cuidados para que o árbitro, André Gralha, não leve a mão ao bolso com ideia de os admoestar.

É perante este cenário que o treinador do FC Porto poderá pensar em mais uma ou outra poupança. A Académica ocupa neste momento o 13º lugar da liga e já mostrou ser mais perigosa do que (teoricamente) o é agora. Ulisses Morais conseguiu conquistar um grupo que adorava Jorge Costa e que ficou aquèm com José Guilherme mas tem sete lesionados. Incluindo o seu melhor goleador, Miguel Fidalgo, o reforço de valor Adrien ou o seu capitão e líder do sector recuado, Orlando.

Briosa que é briosa não se dá nunca por derrotada, mas reconhece atempadamente as dificuldades. O treinador dos estudantes admitiu até que o rival desta noite «está perto da perfeição». Mas perto não significa 100% e é nessa incógnita percentagem de vazio, quiçá de fragilidades, que a Académica deposita a sua confiança para um bom resultado.

Diogo Valente, Nuno Coelho e Addy sabem, com maior ou menor pormenor, o que a casa azul e branca preconiza. Hugo Morais e Berger são já grandes conhecedores das incidências da liga. Diogo Melo é um veterano de 26 anos no meio-campo. Sougou e Laionel não deixam nenhum defesa descansado até ao apito final. E Peiser é um senhor na baliza.

Não haverá facilidades para Falcao, Hulk, James, Varela e companhia na tentativa de chegar ao golo. De chegar aos 100 golos na temporada, que 98 já lá vão.

E isto pese um histórico mais do que agradável para as cores azuis e brancas. Em 117 confrontos contra os capas negras, só para o campeonato, o FC Porto venceu 82, empatou 20 e perdeu 15. No Dragão, mais forte é a chama: 45 triunfos em 58 partidas, oito igualdades, cinco desaires. E a última queda a datar de 31 de Outubro de 1971, jornada 7 da Liga Portuguesa: surpresa da Académica nas Antas com um 2-3 final.

Desde então, foram 27 vitórias azuis nos últimos 30 jogos. Foram 11 triunfos consecutivos e 12 partidas sempre a marcar. Foram 44 jogos sem perder e uma única derrota nos últimos 46 duelos. Foram anos e anos a complicar a vida da Académica nas suas contas para não descer. Contas que volta a fazer, apesar do empate na Madeira na última ronda, apesar dos 25 pontos na tabela, mais seis do que os clubes que vivem esta noite abaixo da linha de água.

No último encontro, debaixo de uma tempestade inesquecível para quem a sentiu de perto, os dragões foram a Coimbra resgatar os três pontos no meio da intempérie: um golo solitário de Varela, apontado na queda à meia-volta, segurou a liderança e sete pontos de distância para o rival.

O melhor que a Briosa alcançou nas últimas épocas contra o clube da Invicta, na Invicta, foi uma igualdade a um, na Superliga de 2004/2005.

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