Godinho Lopes esteve esta noite no programa Dia Seguinte, da SIC Notícias, onde se assumiu novamente como «o presidente do Sporting e dos sportinguistas». O recém-empossado líder leonino rejeita nova ida a votos e reforça a correcção do acto eleitoral do passado sábado. «O passado já lá vai», repetiu diversas vezes o novo presidente do emblema verde e branco.

Eleições «limpas»

«Um dos responsáveis do que sucedeu naquela noite foi a própria comunicação social que, sem ter conhecimento de números concretos, lançou uma informação não confirmada, de fontes não oficiais. Posso dizer que a primeira reunião de contagem de votos teve 18 delegados mais os vários elementos do Sporting, que verificaram todos os boletins de voto e as respectivas contas. No final, estavam 10 delegados presentes mais os elementos do clube. Com um voto se ganha e com um voto se perde. É assim no Sporting como em qualquer eleição. O acto eleitoral foi feito democraticamente e contou com gente competente.»

«Lista de continuidade? Não»

«O clube está antiquado, parou no tempo e eu estou aqui para o recolocar no seu lugar. Pensei que a política de continuidade tinha acabado com a candidatura. Esse problema está completamente ultrapassado. Quero dizer que isso ficou completamente claro e esclarecido no momento em que aceitei avançar com a auditoria. Não faz sentido algum que o Sporting viva num clima de suspeita. Vou convidar os outros candidatos para conversar e vamos escolher um auditor aceite por todos para dar as mãos, enfrentar os adversários e acabar com todas e quaisquer suspeitas sobre o clube.»

Sobre o desafio de Bruno de Carvalho e a respectiva sugestão da «sede de poder»

«Não gostaria de comentar muito essa questão. Se a pessoa aceita perder tem de assumir a derrota e mostrar ele que não está agarrado ao poder. Sinto-me calmo e motivado para servir o Sporting. Acredito que mais dia menos dia terei os candidatos comigo a pensar como sportinguistas. Já chega de divisões internas. Hoje já estive a trabalhar para o futuro do Sporting e é assim que quero que seja. Estamos aqui para unir o clube e defender o Sporting, não quero mais divisões. O Sporting é um só, eu estou aqui para liderar, unir os sportinguistas e aumentar o número de sócios.»

Um presidente, um Sporting e todos juntos

«Felizmente os sportinguistas lavaram a cara antes de vir votar, porque muitas vezes lhes tentam atirar areia para os olhos. Agradeço a quem votou mas sou o presidente de todos. O Sporting tem de atingir rapidamente o seu lugar. Estamos a atravessar uma época difícil, o terceiro lugar é para nós fundamental e foi isso que fui dizer a Alcochete. Vamos ter deslocações complicadas mas os jogadores têm de entender que agora têm uma liderança forte. O passado acabou. A primeira coisa que disse aos jogadores é que Couceiro e José Lima e Oceano estão confirmados no futuro. Fui-lhes dizer que o terceiro lugar é fundamental, algo que ao longo do tempo já tinha passado a Couceiro, com quem falei várias vezes ao longo da campanha. Dei-lhes calma, tranquilidade e uma liderança, que era o que tanta falta fazia. Tem de voltar a haver orgulho e mística no Sporting. Pedi aos jogadores para deixar tudo em campo e defender o clube como devem em todos estádios. Os jogadores que lá estão merecem um voto de confiança. Quem for capaz de servir o Sporting com todo o orgulho, toda a dignidade, toda a vontade.. porque é que há-de sair? A próxima época está a ser preparada, porque assim tem de ser, com tempo e qualidade, mas todos os actuais elementos do plantel têm oportunidade de mostrar que merecem cá estar e que querem cá estar. Não prometo campeonatos porque não sou demagogo, mas naturalmente é esse o nosso objectivo a curto prazo.»

«Comigo, Moutinho não saía»

«Comigo, o FC Porto não levava o João Moutinho, a não ser pela cláusula de rescisão. Não vamos vender jogadores para pagar salários. Oferecer um capitão de cinco anos não faz sentido, a não ser que se bata a cláusula de rescisão, o que é diferente.»

«Sporting tem de ser respeitado por todos»

«É fundamental que o Sporting seja respeitado pelos outros clubes. Vamos respeitar, mas o Sporting não será subserviente. Em relação à arbitragem, é fundamental que ela seja independente e profissionalizada. Não vamos arranjar desculpas nas derrotas, mas iremos ser veementes quando formos prejudicados. O Sporting não pode deixar de fazer ver os seus pontos de vista.»

«Se o meu treinador em funções falasse acerca do próximo clube eu também não gostava»

«Vocês é que estão a falar de Domingos, eu nunca falei de Domingos, nunca citei o nome dele. Naturalmente conheço o Domingos Paciência pelo que tem feito ao serviço do futebol português. E também temos de respeitar muito a instituição que é o Sp. Braga. É preciso acabar com estas fantasias. Desde o primeiro momento que o treinador está escolhido e, quando acabar a época, ele será anunciado. Se eu tivesse um treinador em funções a falar de ir para outro clube, a dizer que se ia mudar para outra equipa, a meio da época, eu também não gostava. Só confirmo o treinador quando ele deixar as suas funções actuais.»

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