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 RikudouSennin

RikudouSennin
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No final de semana passado, o jogador da seleção da Grécia Georgios Tzavellas, do Eintracht Frankfurt, da Alemanha, ganhou as manchetes. Não porque tenha conquistado algo grandioso ou passado a jogar um futebol mais vistoso do que o de sempre, mas só por causa de um gol que anotou. A razão de tanto alarde não tem a ver com a bola ter chegado às redes, mas com a trajetória que fez até lá: foram 73 metros percorridos entre os pés de Tzavellas e a meta defendida por Manuel Neuer, do Schalke 04. Nunca um gol havia sido anotado de tão longe numa partida da Bundesliga. Um só chutaço garantiu ao grego um lugar na história do futebol alemão.

Os chutes de longe parecem ter esse poder. Milhões e milhões de gols são anotados mundo afora todos os anos, mas poucos conseguem cavar um lugar na memória coletiva com tanta intensidade quanto os que são marcados de muito, muito longe. Que o diga o campeão do mundo Rivaldo. "Minha vida mudou, de ficar conhecido, quando fiz aquele gol do meio-campo pelo Mogi Mirim, na saída de bola contra o Noroeste", afirmou recentemente o craque em entrevista exclusiva ao FIFA.com. "Se não me engano, no dia 18 de abril de 1993. No outro dia, só dava Rivaldo nos jornais, falando do gol que Pelé não fez. Ser comparado com o Pelé naquele momento, quando ia fazer 21 anos: foi ali que mudou. Futebol às vezes é um detalhe, mesmo. E esse detalhe ficou na minha vida, marcou. Foi o que abriu as portas pra mim."

Cartão de visitas
Rivaldo não foi o único que viu as portas se abrirem após balançar as redes dessa forma. O meio-campista David Beckham alcançou uma façanha similar na temporada 1996-97, em uma partida pelo Manchester United contra o Wimbledon. Aos 21 anos, o exímio cobrador de faltas percebeu o goleiro Neil Sullivan adiantado e não pensou duas vezes antes de chutar ainda do campo de defesa. Desde então, o superastro inglês passou a ser observado com outros olhos.

Um jogador da Ásia também surgiu para o mundo com chutes de longuíssima distância. Nas eliminatórias para a Copa do Mundo da FIFA 1998, o iraniano Mehdi Mahdavikia balançou as redes duas vezes dessa forma contra a China na mesma partida, conduzindo o seu país à vitória por 4 a 2. Depois disso, ele se firmou como titular da seleção iraniana, assinou contrato com o Hamburgo da Alemanha e teve uma carreira muito bem-sucedida.

Além desses atletas, um certo francês também despertou definitivamente a atenção de todos, aos 23 anos, após mostrar a sua magia em um chute certeiro de muito longe. No dia 6 de dezembro de 1995, em partida válida pela antiga Copa da UEFA (atual Liga Europa), a bola sobrou para Zinédine Zidane após uma dividida de cabeça e o craque não perdeu nem um segundo: apenas bateu de primeira para encobrir o goleiro. Imediatamente, todos queriam saber mais sobre o meio-campista que havia anotado o golaço. "Apenas segui o meu instinto", declarou Zidane na ocasião, como se falasse sobre o feito mais simples do mundo.

Já está valendo?
A saída de jogo, no meio-campo, é uma ocasião bem propícia para esse tipo de chutaço: a bola está paradinha, e muitas vezes o goleiro adversário está desatento. Mais ainda quando se trata de um goleiro-artilheiro retornando ao campo de defesa depois de marcar, como aconteceu com o alemão Hans-Jörg Butt. Quando ainda defendia o Bayer Leverkusen, ele converteu uma cobrança de pênalti contra o Schalke 04 e acabou comemorando em excesso no caminho até a sua própria área. O esperto Mike Hanke se aproveitou disso e chutou logo que o jogo recomeçou. Butt não teve tempo de fazer nada, e apenas recolheu a bola em suas redes.

Exatamente a mesma situação aconteceu com Rogério Ceni em uma partida contra o Fluminense. Depois de marcar um gol, o arqueiro são-paulino que está perto de chegar à marca de cem tentos na carreira exagerou na festa e Roger, atualmente no Cruzeiro, aproveitou para fazer um gol do meio de campo.

Chilavert nos dois lados da moeda
No entanto, os goleiros nem sempre são as vítimas. Às vezes, eles são os protagonistas de golaços a distâncias impressionantes. No caso do arqueiro da Irlanda do Norte Pat Jennings, nem ele acreditou que o seu chute da pequena área pelo Tottenham contra o Manchester United pudesse ir parar no fundo das redes em um jogo disputado em 1967. Meses depois da partida, o técnico adversário Matt Busby descreveu muito bem a proeza. "Foi o gol mais bizarro que já vi", afirmou ele. O próprio Jennigs afirmou em uma entrevista 36 anos mais tarde que acreditava que forças sobrenaturais haviam contribuído para o seu gol. "Sempre digo que foi um anjo que carregou a bola até o gol adversário", declarou o goleirão.

Há 15 anos, José Luis Chilavert fez algo ainda mais impressionante do que um balão desprestensioso que acaba entrando: converteu uma cobrança de falta a 58 metros de distância contra o River Plate. "Até os adversários vieram me dizer que eu era um gênio", afirmou o ex-goleiro paraguaio, que, no entanto, também conheceu o outro lado da moeda. Ele viveu uma situação exatamente idêntica à de Butt e Rogério. Exagerou nas comemorações e precisou buscar a bola no fundo da própria meta. "Foi o gol mais idiota que já levei na vida", afirmou ele mais tarde em entrevista exclusiva ao FIFA.com.

A névoa e uma cabeçada impressionante
Assim como Chilavert, muitos outros jogadores já anotaram gols de falta a distâncias inacreditáveis. Os brasileiros Roberto Carlos, Juninho Pernambucano e Marcelinho Carioca eram mestres nisso. E enquanto Jennigs fez um gol com ajuda do sobrenatural, Gheorghe Hagi anotou um tento do meio de campo com a ajuda das forças da natureza. Em uma partida de 1994 contra o Celta, o Barcelona acabara de sofrer um gol quando o romeno fez a sua travessura. Na saída de bola, Romário rolou para o meio-campista que só precisou chutar dentro do gol para marcar. A névoa estava tão forte naquele dia que o goleiro mal conseguiu ver a bola entrar.

Por fim, outro argentino fez um gol de muito longe e de forma ainda mais atípica. Em outubro de 2009, Martín Palermo anotou um tento para o Boca Juniors a 39 metros contra o Vélez Sarsfield. A distância pode até não impressionar tanto, mas acontece que o gol foi de cabeça! O mundo todo ficou impressionado com a façanha, que aconteceu após o goleiro adversário Germán Montoya dar um forte chute para tirar a bola da sua área. Apenas o próprio Palermo não achou aquilo tão incrível. "Sei que foi um gol extremamente diferente, mas no final das contas foi apenas uma cabeçada", afirmou o goleador.

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E você, se lembra de mais algum gol anotado em um chute de muito longe? Qual foi o mais marcante para você? Conte-nos suas histórias e lembranças!

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