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#1
 ; jotapê ~

; jotapê ~
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Sem querer, mas aconteceu. Tumblr_lpexvkTAOv1qf6x6so1_500

Era uma linda tarde, o sol brilhava incondicionalmente e compulsivamente. Inês, uma rapariga de dezasseis anos, decidiu ir passear, sair de casa, arejar as ideias que lhe davam a volta à cabeça, por causa do falecimento da sua mãe, há pouco tempo atrás. Caminhava, serenamente, até que chegou à praia. Estava tanta gente, ouvia tantas gargalhadas, e ela apenas, com os seus headphones nos ouvidos, sentia a música:

« Por aqui fico
Na tristeza caminho só
Sem pensar no que aprendi
Por aqui fico
O tempo pára mas logo foge
Estas tão perto e tão longe
Se me ouvisses um grito não chega
Óh! Não chega »


As pessoas, que olhavam para ela, apenas se riam. Ela vestia-se com roupa preta, botas pretas e o seu cabelo, voava com o vento que lhe apenas indicava para voltar atrás.
Ao fundo, reparou. Estava muita gente, a ver algo, decidiu ir ver também. Era rapazes e raparigas a jogar futebol praia. Ela, apenas ficou lá por alguns minutos. Quando se ia embora, daquele sítio, um rapaz, sem querer, acertou-lhe com a bola. Ela caiu, e ele veio logo ter com ela.
- Desculpa, foi sem querer. Estás bem?
Aquela preocupação dele, despertou em Inês, um sentimento que já estava lá no fundo, há muito tempo. Talvez ela estivesse a fazer confusão.
- Sim, está tudo bem. Não faz mal.
Ele, tinha-lhe danificado o leitor de música, e ofereceu-se:
- Queres que te compre um leitor novo? É que parece-me que o estraguei.
- Não, não é preciso. Obrigada.
Ela, saiu dali a correr, e sentou-se à beira mar, numa parte que não tinha ninguém… Apenas ela, e só ela. Começou a pensar no que aconteceu, naquele rapaz que lhe despertou um sentimento, o sentimento chamado amor.
Decidiu voltar para casa, o dia já estava a escurecer, e não era do melhor agrado do pai, chegar a casa tarde. Foi para casa, pela beira-mar, a ouvir o som das ondas, os segredos que elas lhe transmitiam e partilhavam.
Pelo caminho, de volta a casa, passou pelo rapaz, o rapaz que lhe acertou com a bola sem querer, o rapaz que lhe despertou um sentimento. Ambos olharam um para o outro, sorriram com um olhar amoroso, e seguiram o seu caminho.
Chegou a casa, tomou um banho, e deitou-se em cima da cama. Ficou a olhar para o tecto, a lembrar-se do rapaz da bola, daquele olhar amoroso, e ficou a imaginar um futuro… Mas logo de repente, a sua irmã mais nova, ao vê-la sorrir tanto para o tecto, virou-lhe um copo de água em cima.
- Estás bem, Inês?! – Perguntou a irmã mais nova, Liliana.
- Eu estou bem, mas qual foi a tua de virares água por cima de mim? Estás tolinha?
- Estavas a rir-te para o tecto, pensei que estavas maluca. – Disse Liliana, a rir-se.
- Já não se pode imaginar um futuro? Também não tenho direito a imaginar um final feliz, para mim própria? Baza daqui, mas é.
- Apenas te vim chamar para jantar, porr*. O pai está à espera.
- Já vou! – Respondeu Inês, toda enervada com a situação.
Entretanto, os três jantaram. Inês decidiu sair novamente, talvez desse de caras com o rapaz que lhe despertou um sentimento que estava lá no fundo há algum tempo…
Inês, foi passear a noite toda, não encontrou o rapaz. Ficou um pouco triste. Chegou a casa, e foi dormir.
No dia seguinte, ao acordar, um belo e longo sorriso esboçou-se nos lábios dela, era inexplicável. Seria hoje que ela o iria encontrar? Era o que ela pensava…
Tomou o seu pequeno-almoço, um pouco de leite com cereais, e saiu... Pôs-se a ouvir música, tinha tirado o leitor à irmã mais nova. Ouviu mais uma música, e olhou para a fotografia da sua falecida mãe, que estava na sua carteira, de seguida, ao tirar os olhos da fotografia, cruza-se, frente-a-frente com o rapaz. Ela estava a chorar… Ele, apenas abraçou-a, sem dizerem uma única palavra. Ele percebeu o que se passava.
- Lamento. – Disse ele.
- Já lá vão 3 meses e meio, mas custa… - Disse ela, ao largar mais uma lágrima.
- Pois, acredito. Como te chamas, já agora?
- Inês, e tu?
- Gonçalo. Tenho de te confessar uma coisa…
- Que lindo nome. A sério? Eu também.
- Obrigado. Diz tu primeiro, então.
- Não, diz tu, anda lá. – Um sorriso já se notava.
- Diz tu, vá… Primeiro as senhoras. – E uns risos soltaram-se.
- Pronto, está bem, eu digo.
- Força. – Ansioso pelo que ela ia dizer, calculava que talvez fosse o mesmo que ele queria dizer.
- Eu… - Coçou a cabeça. – Eu… Eu desde o primeiro momento que te vi, não consigo deixar de pensar em ti. Pronto, está dito. – Meteu as mãos à frente da cara, porque estava um pouco corada.
- A sério? Eu… Eu também te queria dizer o mesmo.
Ela começou-se a rir, tirou as mãos da frente da cara, e deram um beijo.
Após isso, Gonçalo pegou nela, e brincaram à beira-mar, porque ele tinha noção que ela precisava de se animar… Enquanto ele lhe pegava ao colo, ela sussurrou-lhe: “Eu amo-te”, e ele, logo de seguida respondeu: “Eu também”.

http://umserimperfeito.blogspot.com

#2
 ClaudiaSousa

ClaudiaSousa
Membro
Membro
Tá bonito, mas sinceramente gostei mais dos anteriores :P

#3
 ; jotapê ~

; jotapê ~
Membro
Membro
ClaudiaSousa escreveu:Tá bonito, mas sinceramente gostei mais dos anteriores :P
Obrigado :b
Já me disseram o mesmo, talvez por serem histórias tristes :):

#4
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