Postado Seg 29 Ago 2011 - 18:15
A escolha era óbvia – a iluminação já está instalada, os clientes servem de figurantes e o cenário já está montado, reconhecível em todo o mundo pelas cores azuis e amarelas e pelo mobiliário de montar.
São estes os condimentos técnicos do “Ikea Heights” ou “Alto do Ikea”, uma série norte-americana que é um sucesso nas redes sociais da Internet, filmada com humor, muito descaramento e manha suficiente para enganar os funcionários da famosa loja de móveis, que nunca deu autorização à equipa nem para tirar fotografias, quanto mais para fazer uma telenovela "xaroposa" em sete episódios.
A história do “Ikea Heights” tem tanta profundidade quanto uma estante Billy: Um protagonista que vive no departamento de mobília de quarto, cheio de frustrações sexuais, tem um irmão amnésico e uma mulher que o trai constantemente. Há um crime no departamento de têxteis para o lar, investigado por um detective com esquadra montada na secção de mobiliário de escritório. Há um tesouro. Mesmo assim, é o suficiente para atrair uma corrente de visitantes a www.ikeaheights.com.
Parte da popularidade da série vem do facto de ter sido filmada durante a hora de ponta, com pormenores impagáveis, como a cara dos clientes da loja, em Burbank, Califórnia, quando ouvem o protagonista gritar à mulher, deitada com um amante numa cama em exposição: - “Candice, meu amor, minha traidora!”.
A série saiu da imaginação de Paul Bartunek, Delbert Shoopman, Spencer Strauss e Tom Kauffman, para além de David Seger, o realizador e criador, todos com cerca de 25 anos e amigos da faculdade, que filmaram e produziram a série entre o verão de 2009 e o início de 2010.
“Tivemos de ter algum criatividade para poder filmar a coisa. Uns apareciam para filmar a cena e outros que nos estavam a ajudar tinham que distrair os empregados do Ikea, perguntar-lhes onde é que ficavam as lâmpadas, por exemplo, e retirá-los completamente da secção onde queríamos filmar”, disse David Seger à agência Lusa.
“Andamos sempre à procura de locais malucos. Uma vez, estávamos a fazer compras no Ikea e reparámos que os expositores pareciam mini-cenários de telenovelas. Começámos a pensar como seria engraçado filmar ali e falámos disso por muitos anos até termos decidido fazer o primeiro episódio”, acrescentou.
Depois, foi só aproveitar a evolução tecnológica. Equipar os actores com microfones sem fios e aproveitar as máquinas fotográficas com modo de vídeo de alta definição, para fingir que tudo não passava de inocentes fotografias.
“Quando filmávamos o segundo episódio, um empregado veio perguntar o que estávamos a fazer. Nós dissemos que estávamos a tirar uma foto, e ele nunca soube”, lembra o realizador.
No entanto, a equipa acabou por ser expulsa da loja no terceiro episódio e no quinto episódio, voltando sempre para mais. Segundo Seger, nunca lhes ocorreu pedir licença.
“Não acredito que nos tivessem dado. Ou então pediam dinheiro e nunca teria sido tão divertido. Fizemos isto porque somos preguiçosos e também porque era mais engraçado ver os consumidores a entrar confusos na loja”, afirmou.
“Teve também a emoção de fazer algo de proibido”, acrescentou Seger, admitindo que, nas suas “fantasias” imagina alguém, num conselho de administração do Ikea, a perguntar o que fazer à série, e outra pessoa a responder: “Deixem seguir, é boa publicidade gratuita”.
David Seger promete agora que não voltará a impingir ao mundo nada semelhante. “Já não ia aprender nada, não seria uma experiência nova”, disse.
São estes os condimentos técnicos do “Ikea Heights” ou “Alto do Ikea”, uma série norte-americana que é um sucesso nas redes sociais da Internet, filmada com humor, muito descaramento e manha suficiente para enganar os funcionários da famosa loja de móveis, que nunca deu autorização à equipa nem para tirar fotografias, quanto mais para fazer uma telenovela "xaroposa" em sete episódios.
A história do “Ikea Heights” tem tanta profundidade quanto uma estante Billy: Um protagonista que vive no departamento de mobília de quarto, cheio de frustrações sexuais, tem um irmão amnésico e uma mulher que o trai constantemente. Há um crime no departamento de têxteis para o lar, investigado por um detective com esquadra montada na secção de mobiliário de escritório. Há um tesouro. Mesmo assim, é o suficiente para atrair uma corrente de visitantes a www.ikeaheights.com.
Parte da popularidade da série vem do facto de ter sido filmada durante a hora de ponta, com pormenores impagáveis, como a cara dos clientes da loja, em Burbank, Califórnia, quando ouvem o protagonista gritar à mulher, deitada com um amante numa cama em exposição: - “Candice, meu amor, minha traidora!”.
A série saiu da imaginação de Paul Bartunek, Delbert Shoopman, Spencer Strauss e Tom Kauffman, para além de David Seger, o realizador e criador, todos com cerca de 25 anos e amigos da faculdade, que filmaram e produziram a série entre o verão de 2009 e o início de 2010.
“Tivemos de ter algum criatividade para poder filmar a coisa. Uns apareciam para filmar a cena e outros que nos estavam a ajudar tinham que distrair os empregados do Ikea, perguntar-lhes onde é que ficavam as lâmpadas, por exemplo, e retirá-los completamente da secção onde queríamos filmar”, disse David Seger à agência Lusa.
“Andamos sempre à procura de locais malucos. Uma vez, estávamos a fazer compras no Ikea e reparámos que os expositores pareciam mini-cenários de telenovelas. Começámos a pensar como seria engraçado filmar ali e falámos disso por muitos anos até termos decidido fazer o primeiro episódio”, acrescentou.
Depois, foi só aproveitar a evolução tecnológica. Equipar os actores com microfones sem fios e aproveitar as máquinas fotográficas com modo de vídeo de alta definição, para fingir que tudo não passava de inocentes fotografias.
“Quando filmávamos o segundo episódio, um empregado veio perguntar o que estávamos a fazer. Nós dissemos que estávamos a tirar uma foto, e ele nunca soube”, lembra o realizador.
No entanto, a equipa acabou por ser expulsa da loja no terceiro episódio e no quinto episódio, voltando sempre para mais. Segundo Seger, nunca lhes ocorreu pedir licença.
“Não acredito que nos tivessem dado. Ou então pediam dinheiro e nunca teria sido tão divertido. Fizemos isto porque somos preguiçosos e também porque era mais engraçado ver os consumidores a entrar confusos na loja”, afirmou.
“Teve também a emoção de fazer algo de proibido”, acrescentou Seger, admitindo que, nas suas “fantasias” imagina alguém, num conselho de administração do Ikea, a perguntar o que fazer à série, e outra pessoa a responder: “Deixem seguir, é boa publicidade gratuita”.
David Seger promete agora que não voltará a impingir ao mundo nada semelhante. “Já não ia aprender nada, não seria uma experiência nova”, disse.
Destak