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Postado Qua 18 Ago 2010 - 23:25
Maisfutebol escreveu:Um doce de Matheus no repasto europeu do Sp. Braga. Vantagem mínima (1-0) no «play-off» de acesso à Liga dos Campeões. O Sevilha prometeu deixar um sabor amargo na capital do Minho, tombando na etapa complementar como um gigante sem poder de encaixe. Os arsenalistas marcaram primeiro e justificaram depois. Surpresa? Apenas para quem ainda não os conhece.
O Sp. Braga encontrou uma montanha no caminho para a fase de grupos da Liga dos Campeões. Um cume de proporções consideráveis, ainda para mais para um médio que se fez grande no passado recente. Este Sevilha tem jogadores com qualidade técnica ao nível do topo europeu.
A formação arsenalista precisou de trepar e atingir o maior patamar competitivo do seu futebol para chegar ao nível do adversário andaluz. O Sevilha chegou a Braga com um quarteto ofensivo desejado por meio mundo.
Dois internacionais espanhóis nos flancos (Jesus Navas e Diego Capel), um Kanouté com um toque de bola assombroso e Luís Fabiano mais «fabuloso» que nunca. Aliás, pelo que se viu no Estádio AXA, seria difícil a qualquer equipa portuguesa vencer este Sevilha, na fase inicial da temporada. O Sp. Braga conseguiu.
Tudo isso e um pouco mais
Não é só uma questão de ritmo, nem só uma questão mental, muito menos a capacidade para anular as principais unidades do adversário. É preciso fazer tudo isso e um pouco mais. Fazer tudo isso e combater a qualidade individual do adversário com o sentido colectivo que Domingos Paciência tem sabido incutir a este Sp. Braga.
Uns falarão de sorte, outros de possível fora-de-jogo de Matheus no momento decisivo. O Sevilha chegou ao intervalo com 66 por cento no capítulo da posse de bola e um remate ao poste. Os arsenalistas tinham sido manietados na etapa inicial. Sem margem para dúvida.
Matheus tinha desperdiçado a única oportunidade clara de golo, para o lado bracarense, já em cima do período descanso. Isolado por Alan, o avançado brasileiro atirou contra o corpo de Palop. Luís Fabiano tinha cabeceado ao ferro, ao quarto minuto de jogo. Entre mais uma dezena de ensaios, superioridade para o Sevilha.
Domingos Paciência assumiu o risco, entregou a posse de bola ao adversário, privilegiando a velocidade de Matheus como via directa para a baliza adversária. Vandinho tapava o meio-campo com a ajuda de Salino, Aguiar andava um pouco por todo o lado, à procura da sorte. Alan e Paulo César empurravam o Sp. Braga pelos flancos.
Marcar primeiro, justificar depois
A segunda metade começou com uma cara nova no flanco direito. Miguel Garcia, amarelado precocemente no duelo com Diego Capel, sentiu limitações físicas e foi substituído. O lateral irá falhar a segunda mão, por acumulação de cartolinas. Sílvio (ex-Rio Ave) entrou em campo, longe de imaginar que iria ter papel decisivo no golo do Sp. Braga.
Contra a corrente do jogo, os arsenalistas investiram pela direita, Sílvio decidiu matar saudades do seu pé esquerdo e cruzou para a cabeça de Paulo César. Palop ainda defendeu o primeiro remate, mas Matheus, em posição duvidosa, encostou para o fundo da baliza (62m). Os Guerreiros justificariam a vantagem nos minutos seguintes.
O Sevilha, com pose de gigante até então, caiu com estrondo e demorou a sair do chão. Aliás, o Sp. Braga sentiu-se bem naquela pele e cresceu, cresceu muito, chegando a um nível que já nem parece novidade. No último quarto-de-hora, sem perdeu a identidade, a equipa de Domingos baixou linhas para guardar a vantagem. Escassa, mas significativa. Lima ainda atirou ao ferro, em cima do apito final. Segue-se uma dura batalha em Espanha.
