Postado Sex 17 Set 2010 - 16:57
A flora e vegetação da Madeira são exuberantes e diversificadas. As zonas altas da Ilha da Madeira apresentam habitats naturais específicos. A recuperação do seu coberto vegetal contribuirá significativamente para a conservação da ave endémica muito rara: Freira da Madeira (Pterodroma madeira).
As características geofísicas e edafoclimáticas da Madeira e a sua localização geográfica possibilitam a existência de grande número de habitats, de espécies e de tipos de vegetação associados.
Estão descritas para a Ilha da Madeira 18 classes de vegetação, que incluem 39 associações e comunidades. Nesta ilha diferenciam-se andares de vegetação estratificados por altitudes, relacionados com a variação de situações climáticas.
O coberto vegetal das zonas altas, também conhecido por vegetação de altitude, predomina acima dos 1300 m de altitude e caracteriza-se pela presença de várias plantas endémicas (específicas) da Madeira, com destaque para: Violeta da Madeira, paradoxalmente uma violeta de flores amarelas; Arméria da Madeira, planta emblemática dos nossos Picos, com delicadas flores rosadas, tal como as flores da Orquídea das rochas e da Urze-rasteira; a diminuta Erva-arroz; a peculiar leguminosa (Anthyllis lemanniana) e a exclusivíssima gramínea (Parafestuca albida) cujo género (Parafestuca) é endémico da Madeira.
Estas plantas aparentemente frágeis mas de singular resistência, têm a capacidade de sobreviver nas reduzidas fissuras das rochas, encontrando-se perfeitamente adaptadas, a um clima rigoroso, com grandes amplitudes térmicas e ventos intensos. Outras plantas de semelhante importância científica, mas cuja área de ocorrência se alarga à Macaronésia (Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde), e por tal são designadas de endemismos macaronésicos, também estão presentes. Destas relevamos a Douradinha, que embora se encontre associada à Laurissilva (floresta indígena), existe nas zonas montanhosas de altitude e parece convidar a Freira da Madeira a visitá-la.
Neste coberto vegetal integram-se plantas mais pequenas (fetos, musgos, algas), líquenes, fungos e outros seres vivos, por vezes de reduzidas dimensões, que contribuem fortemente para o equilíbrio destas comunidades. Os líquenes e os musgos, apresentam uma função relevante no que respeita à criação de condições que venham a permitir a colonização futura por parte de outros organismos, inclusive de animais.
Do ponto de vista da fitossociologia (estudo das associações de plantas), a vegetação de altitude compreende várias classes de vegetação, com destaque para Argyranthemo montanae-Ericetum maderensis (onde se inclui a Urze-rasteira) e Armerio maderensis-Parafestucetum albidae (onde se inclui a Arméria da Madeira e a Parafestuca albida).
Os habitats naturais das zonas altas da Ilha da Madeira compreendem plantas que desempenham um papel muito importante na captação de água através da pluviosidade oculta (até 3,5 vezes o valor da precipitação) e que são vitais no balanço hídrico do meio, para além de contribuírem para a fixação do solo, combatendo a erosão.
É nas zonas montanhosas de altitude, onde existem habitats naturais e o solo não se encontra degradado, ou seja onde predomina a vegetação indígena e principalmente endémica, que a Freira da Madeira (Pterodroma madeira) nidifica. Embora seja uma ave marinha que se alimenta no mar, é nas montanhas que vive a maior parte do tempo, acasala e se procria. A conservação desta ave depende directamente do estado de conservação do coberto vegetal do meio e das áreas envolventes.
O livre pastoreio, o abate de árvores e arbustos, e a ocorrência de fogos florestais contribuíram para o avanço do processo erosivo, originando áreas desprovidas de vegetação ou com coberto vegetal alterado.
Devido à degradação da flora e vegetação de algumas áreas das zonas altas da Ilha da Madeira, o projecto em curso: "Conservação da Freira da Madeira através da recuperação do seu habitat", contempla várias acções que pretendem aumentar a cobertura da vegetação indígena em 15% e a abundância e cobertura das espécies endémicas em 30%. Para tal estão sendo implementadas medidas de conservação da flora, quer in situ (no local) quer ex situ (fora do local), com a colaboração de várias entidades regionais, nacionais e estrangeiras.
As características geofísicas e edafoclimáticas da Madeira e a sua localização geográfica possibilitam a existência de grande número de habitats, de espécies e de tipos de vegetação associados.
Estão descritas para a Ilha da Madeira 18 classes de vegetação, que incluem 39 associações e comunidades. Nesta ilha diferenciam-se andares de vegetação estratificados por altitudes, relacionados com a variação de situações climáticas.
O coberto vegetal das zonas altas, também conhecido por vegetação de altitude, predomina acima dos 1300 m de altitude e caracteriza-se pela presença de várias plantas endémicas (específicas) da Madeira, com destaque para: Violeta da Madeira, paradoxalmente uma violeta de flores amarelas; Arméria da Madeira, planta emblemática dos nossos Picos, com delicadas flores rosadas, tal como as flores da Orquídea das rochas e da Urze-rasteira; a diminuta Erva-arroz; a peculiar leguminosa (Anthyllis lemanniana) e a exclusivíssima gramínea (Parafestuca albida) cujo género (Parafestuca) é endémico da Madeira.
Estas plantas aparentemente frágeis mas de singular resistência, têm a capacidade de sobreviver nas reduzidas fissuras das rochas, encontrando-se perfeitamente adaptadas, a um clima rigoroso, com grandes amplitudes térmicas e ventos intensos. Outras plantas de semelhante importância científica, mas cuja área de ocorrência se alarga à Macaronésia (Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde), e por tal são designadas de endemismos macaronésicos, também estão presentes. Destas relevamos a Douradinha, que embora se encontre associada à Laurissilva (floresta indígena), existe nas zonas montanhosas de altitude e parece convidar a Freira da Madeira a visitá-la.
Neste coberto vegetal integram-se plantas mais pequenas (fetos, musgos, algas), líquenes, fungos e outros seres vivos, por vezes de reduzidas dimensões, que contribuem fortemente para o equilíbrio destas comunidades. Os líquenes e os musgos, apresentam uma função relevante no que respeita à criação de condições que venham a permitir a colonização futura por parte de outros organismos, inclusive de animais.
Do ponto de vista da fitossociologia (estudo das associações de plantas), a vegetação de altitude compreende várias classes de vegetação, com destaque para Argyranthemo montanae-Ericetum maderensis (onde se inclui a Urze-rasteira) e Armerio maderensis-Parafestucetum albidae (onde se inclui a Arméria da Madeira e a Parafestuca albida).
Os habitats naturais das zonas altas da Ilha da Madeira compreendem plantas que desempenham um papel muito importante na captação de água através da pluviosidade oculta (até 3,5 vezes o valor da precipitação) e que são vitais no balanço hídrico do meio, para além de contribuírem para a fixação do solo, combatendo a erosão.
É nas zonas montanhosas de altitude, onde existem habitats naturais e o solo não se encontra degradado, ou seja onde predomina a vegetação indígena e principalmente endémica, que a Freira da Madeira (Pterodroma madeira) nidifica. Embora seja uma ave marinha que se alimenta no mar, é nas montanhas que vive a maior parte do tempo, acasala e se procria. A conservação desta ave depende directamente do estado de conservação do coberto vegetal do meio e das áreas envolventes.
O livre pastoreio, o abate de árvores e arbustos, e a ocorrência de fogos florestais contribuíram para o avanço do processo erosivo, originando áreas desprovidas de vegetação ou com coberto vegetal alterado.
Devido à degradação da flora e vegetação de algumas áreas das zonas altas da Ilha da Madeira, o projecto em curso: "Conservação da Freira da Madeira através da recuperação do seu habitat", contempla várias acções que pretendem aumentar a cobertura da vegetação indígena em 15% e a abundância e cobertura das espécies endémicas em 30%. Para tal estão sendo implementadas medidas de conservação da flora, quer in situ (no local) quer ex situ (fora do local), com a colaboração de várias entidades regionais, nacionais e estrangeiras.
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