Postado Qui 9 Dez 2010 - 0:18
Atenas paralisada com greve de transportes públicos
Atenas, 08 dez (Lusa) - Atenas está paralisada desde a madrugada de hoje devido a uma greve de 24 horas dos trabalhadores dos transportes públicos em protesto com as medidas de austeridade impostas pelo Governo.
Segundo a agência EFE, nenhum veículo de transporte público, incluindo o que liga a cidade ao Aeroporto Internacional de Atenas, circula desde as 05:00 locais (03:00 em Lisboa), o que causou graves problemas nas deslocações na capital, onde vive cerca de metade da população total da Grécia.
A polícia autorizou a título excecional a circulação de automóveis particulares no centro da cidade, onde geralmente, para diminuir a poluição, só podem circular metade dos veículos, alternando entre si durante a semana de acordo com os números de matrícula.
Os meios públicos de transporte estão entre as cinco empresas estatais mais deficitárias e onde o total de despesas com salários supera as receitas.
O serviço estatal ferroviário (OSE) também está paralisado, ainda que para o percurso em território grego dos comboios com destino ao estrangeiro tenha sido criado um serviço de autocarros interurbanos.
Os trabalhadores do OSE protestam contra o programa do Governo para a privatização parcial do transporte ferroviário em 2011, com cortes de gastos que envolvem uma transferência imediata de 2.700 trabalhadores, de um total de 6.656, para outros postos públicos até ao final deste mês.
Também hoje, as associações de funcionários bancários convocaram uma greve parcial entre as 12:00 e as 15:00 locais (10:00-13:00 em Lisboa) para protestar contra as leis que incitam o Governo a permitir aos empregadores contratarem funcionários a ganhar salários menores do que os estabelecidos nos contratos coletivos.
O executivo socialista grego está a levar a cabo profundas reformas estruturais nos organismos estatais e semi-estatais para controlar os gastos excessivos em 15 empresas que representam grandes perdas, estimadas em 2009 em 18.204 milhões de euros, 7,75 por cento do Produto Interno Bruto.
Entre as medidas de poupança, o Governo prevê reduzir em cerca de 40 por cento os rendimentos dos trabalhadores em empresas estatais.