Lisboa, 11 dez (Lusa) - A ministra do Ambiente, Dulce Pássaro, considera que o pacto aprovado hoje na conferência do clima em Cancún restabelece a confiança na existência de um acordo climático mundial.

"Este acordo restabelece a confiança na possibilidade de o mundo vir a ter um acordo climático vinculativo e isso é muito bom", afirmou à Lusa Dulce Pássaro ao telefone a partir de Cancún, onde se deslocou para participar na conferência do Clima.

Mais de 190 países representados na conferência do clima de Cancún, México, aprovaram hoje, com a oposição da Bolívia, um acordo de princípio para adiar para mais tarde a aplicação da segunda fase do protocolo de Quioto.

A ministra considera que o acordo aprovado hoje "também dá outro sinal importante: a importância do multilateralismo".

"Isso era algo que ficou comprometido no ano passado. Este acordo vem provar que foi possível os países que tinham mais diferenças fazerem cedências, para que existisse este consenso", disse.

Dulce Pássaro salienta que neste pacto "há um conjunto de medidas e acções que foram detalhadas que faz com que a temática da adaptação nas alterações climáticas esteja ao mesmo patamar da mitigação", algo que não acontecia.

"Isso é importante para os países mais vulneráveis que, de alguma forma, já estão a sentir os efeitos das alterações climáticas", defendeu.

A ministra destaca ainda como positivo a existência de um maior detalhe no contributo para a capacitação dos países em desenvolvimento e um conjunto de medidas "que dão garantias de se poderem operacionalizar processos de transparência e de troca de informação que os países têm que prestar à convenção".

"Todo este processo tem que assentar em muita troca de informação e em muita transparência para que possa ser feita uma monitorização dos esforços que os países fazem para vencerem este desafio", sublinhou.

A ministra insistiu que este acordo "é um passo intermédio fundamental para o mundo vir a ter um acordo climático vinculativo, desejavelmente para o próximo ano".