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 Marisitah

Marisitah
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Quotidiano

Quando questionado sobre se o Carnaval na Terceira continua a ter o mesmo fulgor de outros anos, Marco Rocha afirma que sim. "A nível de quantidade acho que até estamos melhor."
TERCEIRA bailinhos em maior número
São vários os grupos que prometem animar o Carnaval dos terceirenses. Multiplicam-se os enredos em mais um ano de danças e bailinhos, na ilha mais festiva dos Açores .

As sociedades recreativas da ilha Terceira enchem-se novamente de gente para assistir aos tradicionais bailinhos e danças de Carnaval, a maior manifestação de teatro popular do Arquipélago. São vários grupos - com mestres de espada ou pandeiro, velhos ratões, dançarinos das alas e diversos intervenientes que personificam as personagens dos enredos - que actuam um pouco por toda a ilha nesta época festiva.

Quando questionado sobre se o Carnaval na Terceira continua a ter o mesmo fulgor de outros anos, Marco Rocha afirma que sim. "A nível de quantidade acho que até estamos melhor, há mais danças, podemos é pecar um pouco a nível de qualidade, mas também se calhar é devido a esta maior quantidade de danças."

Marco Rocha tem também confiança no futuro da tradição, principalmente nos jovens. "Baseado naquilo que vejo, o nosso Carnaval está bem e recomenda-se. Em minha opinião, hoje em dia temos muitas danças com grande valor a nível musical, porque há imensos jovens que sabem tocar instrumentos, mas em contrapartida a nível de representação acho que podíamos melhorar. Porque não apostar numa escola de representação? Espero que todos os jovens terceirenses consigam, um dia, perceber o significado da palavra tradição e orgulharem-se dela, se o conseguirem e tiverem as ajudas necessárias não só o Carnaval mas todas as nossas tradições serão mantidas."


Origens

"Esta tradição remonta há já muitos anos e no início as peças de teatro (populares) decorriam nas ruas de cada freguesia e em algumas casas", explica Rodrigo Silva, jovem terceirense que se dedica à escrita de enredos para os bailinhos e danças. Segundo conta, "não havia guiões, era apenas a coragem e audácia dos poetas populares que faziam esta festa do povo, criticando conforme podiam aspectos da vida social e política". As danças de espada sempre tiveram grande importância a nível do Carnaval terceirense, "sendo que proporcionavam momentos dramáticos que hoje facilmente assistimos através das telenovelas (algo que era inexistente ou quase na época)", explica o jovem autor. "Existiam algumas peças de teatro vocacionadas para a comédia, no entanto eram escassas." A qualidade de bem receber dos terceirenses já se fazia notar nesta altura, onde as pessoas enchiam as suas mesas para que os actores e músicos pudessem recarregar energias. "Assim foi crescendo esta tradição tornando-se no que é hoje, uma das maiores manifestações de teatro popular em Portugal. Se bem que já está espalhada para os Estados Unidos e Canadá através dos emigrantes que vibram com o Carnaval terceirense como ninguém. Hoje em dia, os bailinhos de Carnaval actuam em Sociedades, Casas do Povo, Centros Comunitários e Teatros por toda a ilha."


Animação garantida durante quatro dias

Muitos terceirenses reúnem-se nas sociedades e centros recreativos para assistir até de madrugada aos bailinhos de Carnaval. A crítica social e política é uma presença assídua.

"O Carnaval terceirense é todo um conjunto de factores que faz da Terceira a ilha mais festiva dos Açores", afirma Rodrigo Silva, jovem terceirense que se dedica à escrita de enredos para os bailinhos e danças. "No Sábado, as pessoas começam a chegar, ainda antes das 16h00, às sociedades e centros que acolhem as peças de teatro, ficando normalmente a assistir às mesmas até de madrugada (3h00/4h00 da manhã). E o mesmo se repete no Domingo, Segunda e Terça-feiras", explica o jovem autor.

Atrás do palco existem sempre mesas repletas de doces, salgados e bebidas para que depois de cada actuação os actores, músicos e bailarinos possam recarregar energias e partir para outra freguesia. Em muitas localidades é lançado um foguete de cada vez que uma peça de teatro chega à sociedade, como forma de avisar as pessoas, refere Rodrigo Silva, acrescentando que "normalmente as peças de teatro vão às freguesias de onde são naturais os membros, indicando-se esse facto antes da actuação".

São vários os temas que marcam o Carnaval terceirense. Entre os assuntos dos bailinhos estão as eleições políticas, a emigração, os programas televisivos, a burocracia em Portugal e a saúde e condições médicas. "Estes são apenas alguns dos temas recorrentes, mas tanto estes como os que surgem ao longo do tempo envolvem quase sempre crítica social e/ou política. Para além dessas críticas, são muitos os bailinhos que criticam aspectos locais (construções que se tenham feito, situações caricatas que se tenham passado, entre outros)", explica Rodrigo Silva. "É preciso acrescentar que mesmo com temas parecidos é possível fazer peças de teatro completamente diferentes, porque muita da qualidade de um bailinho de Carnaval está nos actores, na sua capacidade de improviso, no seu dom de ter graça naturalmente e, felizmente, nesse sentido a ilha Terceira tem actores de grande valor."

Mas não só de peças de teatro é feito o Carnaval terceirense, sendo que muitos jovens vão para a "TTT" (Tertúlia Tauromáquica Terceirense), "um bar que se enche nos dias do Carnaval com pessoas fantasiadas de todas as idades, ainda que maioritariamente jovens".

Nos parques da ilha, como o Relvão, são frequentes "guerras" de balões de água, onde crianças e adolescentes brincam. Nesta altura decorre também, na Praça de Touros, a tradicional Tourada dos Estudantes. "Composta essencialmente por jovens é a total diversão, desde do momento do desfile pela cidade das construções para colocar na praça (pequenas construções de madeira forradas a papel, onde são escritas frases cómicas sobre diversos assuntos da sociedade)", refere Rodrigo Silva.


Estrutura

As peças de teatro dividem-se em quatro tipos: Bailinhos de Carnaval, Danças de Pandeiro, Danças de Espada e Comédias, cada qual com as suas especificidades.

As comédias são as que mais divergem das restantes peças, pois não tem de existir obrigatoriamente a estrutura que se repete nos restantes três tipos de peça. As comédias não têm mais do que 15/20 minutos e são compostas por poucas pessoas. Geralmente são os próprios músicos que fazem as comédias.

As danças de espada, por serem extensas são feitas em menor número, uma ou duas por ano. Têm por hábito abordar os assuntos de forma dramática. Eram as telenovelas do povo em cima do palco, numa altura em que o acesso à televisão era muito limitado.

As Danças de Pandeiro e os Bailinhos de Carnaval são as que apresentam mais pontos de contacto. As Danças de Pandeiro têm sempre um ou dois mestres que orientam a coreografia do grupo e cantam as músicas da peça. Nos Bailinhos de Carnaval pode haver ou não mestre(s), no entanto se houver têm exactamente o mesmo papel que na Dança de Pandeiro. Os Bailinhos de Carnaval e Danças de Pandeiro costumam ter entre 40 a 60 minutos.
Fonte: tradicoesterceirenses

Bailinho de São Bartolomeu

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