Postado Qua 2 Mar 2011 - 11:59
"Se o senhor general Ramalho Eanes nos diz, assumindo a responsabilidade, que leu esses relatórios, que os homologou, que os mandou colocar em arquivo confidencial e que é lá que devem ser procurados, então eu acho que a comissão podia tentar descobrir onde é que esses relatórios estiveram arquivados", afirmou.
Diogo Freitas do Amaral falava, em Lisboa, numa audição na IX Comissão Parlamentar de Inquérito ao Caso Camarate, que investiga as causas e circunstâncias da queda do avião que, a 4 de Dezembro de 1980, vitimou o então primeiro-ministro Sá Carneiro, o ministro da Defesa Adelino Amaro da Costa e todos os restantes elementos da comitiva que seguiam a bordo.
Os deputados da comissão já admitiram chamar o ex-presidente da República Ramalho Eanes, que, por ter ocupado aquele cargo, tem a prerrogativa de responder por escrito.
Freitas do Amaral, que assumiu "parte da responsabilidade" na criação da IX Comissão de Inquérito devido ao apelo público que fez no seu livro "Camarate - Um Caso ainda em Aberto" - considerou importante que a comissão dê seguimento a uma das pistas de investigação que deixou na obra: o que sucedeu ao Fundo de Defesa Militar do Ultramar.
O ex-governante disse que da investigação poderão ou não surgir indícios de actividade criminal, nomeadamente utilização indevida ou desvio de dinheiro, e também alguma pista relacionada com o desastre de Camarate.
Jornal de noticias