Os sócios do Sporting que vivem na zona norte do país ficaram hoje a conhecer um pouco melhor as ideias de cada um dos candidatos às eleições presidenciais. Godinho Lopes, Pedro Baltazar, Dias Ferreira, Augusto Inácio - pelas vezes de Bruno de Carvalho -, e José Pedro Morais - em representação de Abrantes Mendes -, participaram esta segunda-feira num debate concorrido por cerca de cem associados leoninos.

Godinho Lopes «contra ninguém» e «a favor do Sporting»

Godinho Lopes entregou hoje a sua lista para os órgãos sociais do Sporting e adiantou o nome de Luís Vidigal para a estrutura técnica verde e branca. Para este candidato é fundamental reaproximar as figuras do passado ao clube, pelo que Nélson e Luís Figo, embora com ligações distintas, foram também contactados.

«O nosso objectivo é integrar mais antigos jogadores e referências do clube na estrutura do Sporting. A minha candidatura não é contra ninguém mas a favor do Sporting. Os sócios do Sporting não têm sido tratados como sócios mas como consumidores e precisam de voltar a sentir o clube como seu. Nélson e Vidigal já fazem parte do nosso projecto e vamos anunciar mais dois nomes que juntamente com Couceiro e Oceano devem fazer parte dessa mística. As nossas grandes figuras têm de assinar o nosso livro de honra. O Sporting vai voltar a ganhar e é já na próxima época que nos vamo bater pelo 1º lugar», prometeu Godinho Lopes.

Pedro Baltazar, «a mudança credível»

Pedro Baltazar apresentou-se como «a mudança credível» contra «uma lista de continuidade e contra uma lista de rotura que não sabemos onde vai parar». Este candidato sugeriu que toda a sua equipa «será apenas remunerada com vitórias» e prometeu «gerir para a bancada e não para a banca». O treinador de Pedro Baltazar será «de nível internacional» e contará com a capacidade de «atrair para Alvalade os holofotes e os jogadores de renome internacional da América do Sul».

Dias Ferreira, «gestor para recuperar o futebol sem prejudicar as finanças»

Dias Ferreira foi um dos nomes mais saudados no encontro e também aproveitou para relacionar o seu discurso ao futebol e desligá-lo dos problemas financeiros do emblema leonino. «Sou candidato a presidente do Sporting clube desportivo e não sou nomeado pela banca para recuperar o Sporting mas pode a banca estar certa que irei resolver o problema. Se eu fosse gerir um banco ele ia à falência mas se for a banca a gerir o Sporting o resultado é o que vemos: o Sporting com mais de 20 pontos de atraso em relação ao 1º no campeonato», criticou.

Bruno de Carvalho, «uma força que incomoda muita gente»

Augusto Inácio acabou a receber a maior ovação da noite, ou não fosse ele o último treinador português campeão pelo Sporting. O vice-presidente da lista de Bruno de Carvalho levou à discussão um programa de 93 medidas e acusou «os outros» de «não terem nada nas mãos». «Senti em Bruno Carvalho, quando me encontrei a primeira vez com ele, uma vontade enorme de rotura com o que se tem passado nos últimos anos e que faz com que ainda hoje o Sporting ande à procura de um Augusto Inácio para ver se consegue ser campeão. Bruno Carvalho é um rapaz com 39 anos e com a força que tem incomoda muita gente e isso não aceito. O Sporting não precisa de mecenas mas de soluções e o dr. Bruno deu hoje uma prova disso», defendeu.

Abrantes Mendes, «a liderança forte, implacável com a incompetência e resignação»

Outro dos representantes em campo, José Pedro Morais, a fazer lugar de Abrantes Mendes, disse que «não há qualquer razão para o Sporting entrar em pânico devido à condição financeira» considerando que «o Projecto Roquette foi um falhanço mas o Sporting é perfeitamente governável». Ausente devido a doença, Sérgio Abrantes Mendes enviou um comunicado aos sócios: «O debate deve centrar-se em projectos e ideais, e na busca de respostas que verdadeiramente farão a diferença para o futuro do clube. As candidaturas que, nestes últimos dias, se têm dedicado a baixar, para níveis impensáveis, o debate em torno do Sporting, devem merecer da parte dos sócios o mais veemente repúdio […] não me demitirei de lutar pela verdade e transparência na gestão do clube, sempre de forma a que não se prejudique ainda mais o Sporting e que não se arraste o seu nome para patamares estéreis e sem futuro. O Sporting precisa, mais do que nunca, de uma liderança forte, que assuma integralmente desafios assentes em valores de ética e responsabilidade Serei implacável com a incompetência e com a resignação. Queremos de volta a paixão e orgulho pelo Sporting. Quero a família sportinguista unida em torno de um Sporting forte, grande e respeitado», escreveu o candidato.

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