Postado Qui 17 Mar 2011 - 0:02
A ilha de São Miguel localiza-se entre as latitudes 37º42’00’’ e 37º55’00’’ N e as longitudes 25º51’30’’ e 25º08’00’’ W.
Geomorfologia
A ilha de São Miguel tem cerca de 66 km de comprimento por 16 km de largura e abrange uma área da ordem 746 km2, atingindo uma cota máxima de 1103 metros no Pico da Vara. Sob o ponto de vista geomorfológico apresenta oito unidades: (1) Maciço das Sete Cidades; (2) Região dos Picos; (3) Maciço de Água de Pau; (4) Planalto da Achada das Furnas; (5) Maciço das Furnas; (6) o Vulcão da Povoação (7) a Região da Tronqueira; (8) a Plataforma Litoral Norte.
1 - Maciço das Sete Cidades - Ocupa o extremo oeste da ilha e corresponde a um vulcão central com caldeira, no interior da qual onde se identificam várias lagoas, diversos cones de pedra pomes, domos lávicos e maars (s.l.). No flanco noroeste do vulcão encontra-se bem marcado o designado Graben dos Mosteiros, uma estrutura tectónica de direcção geral NW-SE. Ao longo de outras fracturas regionais e de algumas falhas radiais podem observar-se cones de escórias e domos lávicos.
2 - Região dos Picos - Situada na metade ocidental da ilha, apresenta uma zona axial de direcção geral NW-SE, essencialmente definida pelo alinhamento de cones de escórias a partir dos quais se desenvolvem as escoadas lávicas que determinam o relevo de inclinação relativamente suave que se desenvolve para norte e sul.
3 - Maciço de Água de Pau - Localiza-se na parte central da ilha e corresponde a um vulcão central com caldeira, no interior da qual se situam a designada Lagoa do Fogo, domos lávicos e um cone de pedra pomes. No flanco noroeste do vulcão encontra-se bem marcado o designado Graben da Ribeira Grande, uma estrutura tectónica de direcção geral NW-SE. Ao longo de outras fracturas regionais e de algumas falhas radiais podem observar-se cones de escórias, cones de pedra pomes e domos lávicos.
4 - Planalto da Achada das Furnas - Corresponde a uma região cuja zona central é relativamente aplanada e marcada pela existência de cones de escórias e maars (s.l.), dispostos segundo uma direcção predominante WNW-ESE a NW-SE.
5 - Vulcão das Furnas - Localizado no sector oriental da ilha, corresponde a um vulcão central com duas caldeiras embutidas, ocupadas por uma lagoa. No interior do sistema de caldeiras identificam-se numerosos cones de pedra pomes, maars (s.l.) e domos lávicos.
6 - Vulcão da Povoação -Trata-se de um vulcão central com caldeira, muito erodido e truncado a sul ao longo da actual linha de costa. No interior da caldeira, marcada pela existência de diversas linhas de água bem entalhada, identificam-se alguns cones de escórias.
7 - Região da Tronqueira - Ocupa a extremidade leste da ilha e corresponde a uma região montanhosa marcada pela existência de profundos vales de erosão que, em alguns casos, identificam importantes fracturas tectónicas.
8 - Plataforma Litoral Norte - Corresponde a uma zona de declive moderado que se estende ao longo da costa norte na extensão dos vulcões das Furnas, Povoação e Nordeste.
Tectónica
Na ilha de S. Miguel o sistema de falhas dominante apresenta direcção NW-SE e é concordante com a orientação do segmento do Rift da Terceira (s.l) nesta região, ou seja, com o troço oriental da fronteira das placas Eurasiática e Africana (Núbia).
Este sistema regional encontra maior expressão na metade oeste da ilha estando representado por estruturas distensivas, como o Graben dos Mosteiros, no flanco oeste do Vulcão das Sete Cidades, o Graben da Ribeira Grande, no flanco norte do Vulcão Água de Pau, e em alinhamentos de cones de escórias e fissuras eruptivas. Para leste, em particular na região do Vulcão Furnas, adquire uma direcção próxima de WNW-ESE, apresentando uma nítida componente distensiva provavelmente associada a uma componente de desligamento direito. Ambas as direcções estão presentes na região do Nordeste, o sector mais antigo da ilha, evidenciando, nalguns casos, movimentações distintas das resultantes dos campos de tensões actuais.
Um sistema de direcção NE-SW constitui outra família de falhas significativa, mas de menor expressão, e encontra-se presente em todos os sistemas vulcânicos activos da ilha, desempenhando um papel importante na sua evolução como se verifica no controlo estrutural da caldeira do Vulcão Furnas.
Formas e estruturas geológicas
Lagoa das Sete Cidades
Lagoa do Fogo
Lagoa das Furnas
Mar de Santiago
Mar do Congro
Ilhéu de Vila Franca do Campo
Cone de pedra pomes e domo do Pico Gaspar
Fumarola do Asmodeu
Sismicidade instrumental
A ilha de S. Miguel apresenta um elevado índice de sismicidade na sua parte central, onde se desenvolvem os sistemas vulcano-tectónicos do Fogo, Congro e Furnas. Embora menos frequentemente, também no maciço das Sete Cidades se tem registado alguma sismicidade. Tais zonas contrastam com o observado no Sistema Fissural dos Picos e na região do Nordeste, onde a sismicidade é residual. Os sismos de maior magnitude têm-se localizado no mar, nas estruturas submarinas que marcam a existência do Rift da Terceira (s.l.). Neste contexto, assumem especial significado a Fossa da Hirondelle, a oeste, e o segmento que se estende desde o sul da ilha até aos ilhéus das Formigas, ao longo de uma direcção geral NW-SE.
Nos últimos 30 anos, os dois sismos sentidos com maior intensidade na ilha de S. Miguel ocorreram em 1988 e atingiram o grau VI-VII (MM-56). Foram eles o sismo de 16 de Outubro que se localizou a cerca de 23 km a SSW da Povoação e teve magnitude 5 e o sismo de 21 de Novembro, com epicentro a NW dos Mosteiros e magnitude 5,3.
Sismos destruidores
A ilha de S. Miguel apresenta um alto índice de actividade sísmica, salientando-se aqui os eventos mais violentos que assolaram a ilha. Os sismos mais destruidores ocorreram nos séculos XVI, XIX e XX dos quais se destacam os sismos de 1522, 1591,1852, 1932, 1935 e o 1952.
Vulcanismo histórico
A ilha de S. Miguel foi palco de diversas erupções desde o seu povoamento que terá ocorrido em 1439. Os últimos fenómenos vulcânicos ocorridos na ilha de S. Miguel no Vulcão das Furnas foram as erupções subaéreas históricas de 1439/44 e a de 1630, e no Vulcão de Água de Pau foram as erupções subaéreas 1563, 1564 e 1652.
Vulcanismo secundário
O vulcanismo secundário na ilha de S. Miguel encontra-se representado nos campos fumarólicos e nascentes minerais frias e termais nos vulcões centrais de Água de Pau e das Furnas. O Vulcão das Sete Cidades não tem campos fumarólicos associados, distinguindo-se apenas a presença de nascentes minerais termais.
Geomorfologia
A ilha de São Miguel tem cerca de 66 km de comprimento por 16 km de largura e abrange uma área da ordem 746 km2, atingindo uma cota máxima de 1103 metros no Pico da Vara. Sob o ponto de vista geomorfológico apresenta oito unidades: (1) Maciço das Sete Cidades; (2) Região dos Picos; (3) Maciço de Água de Pau; (4) Planalto da Achada das Furnas; (5) Maciço das Furnas; (6) o Vulcão da Povoação (7) a Região da Tronqueira; (8) a Plataforma Litoral Norte.
1 - Maciço das Sete Cidades - Ocupa o extremo oeste da ilha e corresponde a um vulcão central com caldeira, no interior da qual onde se identificam várias lagoas, diversos cones de pedra pomes, domos lávicos e maars (s.l.). No flanco noroeste do vulcão encontra-se bem marcado o designado Graben dos Mosteiros, uma estrutura tectónica de direcção geral NW-SE. Ao longo de outras fracturas regionais e de algumas falhas radiais podem observar-se cones de escórias e domos lávicos.
2 - Região dos Picos - Situada na metade ocidental da ilha, apresenta uma zona axial de direcção geral NW-SE, essencialmente definida pelo alinhamento de cones de escórias a partir dos quais se desenvolvem as escoadas lávicas que determinam o relevo de inclinação relativamente suave que se desenvolve para norte e sul.
3 - Maciço de Água de Pau - Localiza-se na parte central da ilha e corresponde a um vulcão central com caldeira, no interior da qual se situam a designada Lagoa do Fogo, domos lávicos e um cone de pedra pomes. No flanco noroeste do vulcão encontra-se bem marcado o designado Graben da Ribeira Grande, uma estrutura tectónica de direcção geral NW-SE. Ao longo de outras fracturas regionais e de algumas falhas radiais podem observar-se cones de escórias, cones de pedra pomes e domos lávicos.
4 - Planalto da Achada das Furnas - Corresponde a uma região cuja zona central é relativamente aplanada e marcada pela existência de cones de escórias e maars (s.l.), dispostos segundo uma direcção predominante WNW-ESE a NW-SE.
5 - Vulcão das Furnas - Localizado no sector oriental da ilha, corresponde a um vulcão central com duas caldeiras embutidas, ocupadas por uma lagoa. No interior do sistema de caldeiras identificam-se numerosos cones de pedra pomes, maars (s.l.) e domos lávicos.
6 - Vulcão da Povoação -Trata-se de um vulcão central com caldeira, muito erodido e truncado a sul ao longo da actual linha de costa. No interior da caldeira, marcada pela existência de diversas linhas de água bem entalhada, identificam-se alguns cones de escórias.
7 - Região da Tronqueira - Ocupa a extremidade leste da ilha e corresponde a uma região montanhosa marcada pela existência de profundos vales de erosão que, em alguns casos, identificam importantes fracturas tectónicas.
8 - Plataforma Litoral Norte - Corresponde a uma zona de declive moderado que se estende ao longo da costa norte na extensão dos vulcões das Furnas, Povoação e Nordeste.
Tectónica
Na ilha de S. Miguel o sistema de falhas dominante apresenta direcção NW-SE e é concordante com a orientação do segmento do Rift da Terceira (s.l) nesta região, ou seja, com o troço oriental da fronteira das placas Eurasiática e Africana (Núbia).
Este sistema regional encontra maior expressão na metade oeste da ilha estando representado por estruturas distensivas, como o Graben dos Mosteiros, no flanco oeste do Vulcão das Sete Cidades, o Graben da Ribeira Grande, no flanco norte do Vulcão Água de Pau, e em alinhamentos de cones de escórias e fissuras eruptivas. Para leste, em particular na região do Vulcão Furnas, adquire uma direcção próxima de WNW-ESE, apresentando uma nítida componente distensiva provavelmente associada a uma componente de desligamento direito. Ambas as direcções estão presentes na região do Nordeste, o sector mais antigo da ilha, evidenciando, nalguns casos, movimentações distintas das resultantes dos campos de tensões actuais.
Um sistema de direcção NE-SW constitui outra família de falhas significativa, mas de menor expressão, e encontra-se presente em todos os sistemas vulcânicos activos da ilha, desempenhando um papel importante na sua evolução como se verifica no controlo estrutural da caldeira do Vulcão Furnas.
Formas e estruturas geológicas
Lagoa das Sete Cidades
Lagoa do Fogo
Lagoa das Furnas
Mar de Santiago
Mar do Congro
Ilhéu de Vila Franca do Campo
Cone de pedra pomes e domo do Pico Gaspar
Fumarola do Asmodeu
Sismicidade instrumental
A ilha de S. Miguel apresenta um elevado índice de sismicidade na sua parte central, onde se desenvolvem os sistemas vulcano-tectónicos do Fogo, Congro e Furnas. Embora menos frequentemente, também no maciço das Sete Cidades se tem registado alguma sismicidade. Tais zonas contrastam com o observado no Sistema Fissural dos Picos e na região do Nordeste, onde a sismicidade é residual. Os sismos de maior magnitude têm-se localizado no mar, nas estruturas submarinas que marcam a existência do Rift da Terceira (s.l.). Neste contexto, assumem especial significado a Fossa da Hirondelle, a oeste, e o segmento que se estende desde o sul da ilha até aos ilhéus das Formigas, ao longo de uma direcção geral NW-SE.
Nos últimos 30 anos, os dois sismos sentidos com maior intensidade na ilha de S. Miguel ocorreram em 1988 e atingiram o grau VI-VII (MM-56). Foram eles o sismo de 16 de Outubro que se localizou a cerca de 23 km a SSW da Povoação e teve magnitude 5 e o sismo de 21 de Novembro, com epicentro a NW dos Mosteiros e magnitude 5,3.
Sismos destruidores
A ilha de S. Miguel apresenta um alto índice de actividade sísmica, salientando-se aqui os eventos mais violentos que assolaram a ilha. Os sismos mais destruidores ocorreram nos séculos XVI, XIX e XX dos quais se destacam os sismos de 1522, 1591,1852, 1932, 1935 e o 1952.
Vulcanismo histórico
A ilha de S. Miguel foi palco de diversas erupções desde o seu povoamento que terá ocorrido em 1439. Os últimos fenómenos vulcânicos ocorridos na ilha de S. Miguel no Vulcão das Furnas foram as erupções subaéreas históricas de 1439/44 e a de 1630, e no Vulcão de Água de Pau foram as erupções subaéreas 1563, 1564 e 1652.
Vulcanismo secundário
O vulcanismo secundário na ilha de S. Miguel encontra-se representado nos campos fumarólicos e nascentes minerais frias e termais nos vulcões centrais de Água de Pau e das Furnas. O Vulcão das Sete Cidades não tem campos fumarólicos associados, distinguindo-se apenas a presença de nascentes minerais termais.
Fonte: CVARG