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#1
 vicordeiro

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Para bem (ou mal) dos seus pecados, os Gift sabem fazer-se esperar e desejar. Demoraram sete anos para voltar a dar aos fãs um disco de originais e pelo meio ainda se puseram a escrever temas em português - 'Fácil de Entender' (2006) - e, no caso de Sónia Tavares e Nuno Gonçalves, a dar um banho de sintetizadores (e de sucesso) a vários clássicos de Amália Rodrigues. Neste início de 2011, e depois de uma digressão sempre esgotada e vários Discos de Ouro com os Hoje, estavam reunidas as condições para o grupo de Alcobaça, e o seu principal compositor, Nuno Gonçalves, voltarem às composições originais. E foi o que fizeram.

De repente, e como o nome indica, "Explode", o quarto longo dos Gift, aparece feito e gravado quase de um dia para o outro e com o público a poder pagar o que quisesse pelo download (a fazer lembrar o que os Radiohead fizeram em 2007 com "In Rainbows"). É claro que esta sensação de imediatismo desaparece ao ouvir as 12 canções que o compõem. Perdão, não 12 mas 11. É que pouca justificação haverá para a aglomeração de pedaços musicais de código genético disperso que se podem ouvir nos desconexos 12 minutos da quinta faixa 'The Singles'...

Voltando ao resto do alinhamento, composto por aquilo que Tavares chama dos «novos Gift», poucas são as vezes em que a banda não denota o cuidado nos arranjos ao qual Gonçalves sempre nos habituou. O problema é que também ficam por demais evidentes as suas influências, o que lhe retira todo o mistério. As fugas à Gift mantêm-se, com claro destaque para o final de 'RGB', um single com mais que evidente apelo radiofónico e que é também um dos (poucos) pontos altos do disco. Outro é 'Made For You', canção que ainda chegou a passar como sendo da autoria dos actores Lukas Haas e Isabel Lukas, mas que lá pelo meio também poderia ser interpretada por Thom Yorke (dos Radiohead), para depois fugir ao colo de um arranjo que podia ter sido feito nas malhas indie pop entre Brooklyn e Baltimore. Uma influência que volta a ser mais que óbvia na balada em português, 'Primavera' de seu nome, com um teclado que parece ter exilado do lado menos charmoso dos Beach House. E mais à frente, em 'My Sun', lá vem a bateria a la Arcade Fire que Gonçalves já tinha evocado no arranjo para a versão de 'Abandono' de Amália Rodrigues.

É claro que há que ser dado todo o valor aos Gift por continuarem a manter uma postura independente, o que é sempre refrescante no (cada vez mais diversificado) mercado português. Juntando esta liberdade de movimentos a um extremo cuidado pela imagem, bem exemplificado pela edição digipack toda catita de "Explode" que chegou às lojas, decorada com as fotografias do grupo na celebrações Holi dos hindus, não há dúvida de que o grupo português gere a sua carreira com um profissionalismo intocável. Embora "Explode" possa trair alguns dos fãs mais hardcore do grupo de Alcobaça, o quarto disco dos Gift também não deverá fazer má figura naquilo que, apesar de tudo, ainda é de importância fulcral para os artistas: as vendas.

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