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 RikudouSennin

RikudouSennin
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Jaime Pacheco foi jogador do Sp. Braga e treinador do Vitória de Guimarães. Como poucos, sabe o que é envergar a camisola dos dois rivais minhotos e, por isso, é um entrevistado ideal para antever o grande jogo desta segunda-feira. Em exclusivo ao zerozero.pt, o antigo líder do Boavista não deixou de exaltar o momento e a temporada dos dois clubes e deixou ainda mensagens aos dirigentes. Sobre o título do FC Porto, Pacheco lembrou que já o tinha previsto...

Era impensável não o perguntar: depois de vestir as cores bracarenses e defender as vitorianas, por quem vai Jaime Pacheco torcer esta noite? «Olhe, a minha passagem pelo Sp. Braga não foi de grandes recordações, sinceramente. O clube vivia uma fase muito complicada a nível financeiro e isso acabou por passar para o campo, por afectar. Ter jogado no Sp. Braga enriqueceu o meu currículo e pouco mais. O Vitória de Guimarães, depois do Boavista, foi o clube onde mais êxitos tive, onde melhores classificações obtive, onde melhores resultados conquistei. Foi a primeira equipa, depois do Paços de Ferreira, que me deu a possibilidade de treinar quando me iniciei, da qual guardo grandes recordações», começou por dizer.

«Saíram dali grandes jogadores, como o Capucho, o Zahovic, o Quim Berto. O Vítor Paneira também, embora já no final da carreira. Foi uma época dourada para o Vitória, altura em que fizemos grandes resultados a nível da UEFA, mas o tempo já lá vai e as pessoas esquecem-se. Foram dois clubes que me marcaram muito, mas mais o Vitória, naturalmente. Tive lá momentos excelentes, mesmo na última fase, ano em que as coisas não correram tão bem no campeonato e eu não terminei a temporada, mas foi a melhor fase do clube a nível das prestações nas competições europeias», recordou num discurso ininterrupto.

«Torço sempre pelos clubes onde passei e fui feliz»

«Naturalmente tenho mais simpatia pelo Vitória. O clube da minha paixão, do meu coração, é o Aliados do Lordelo, o clube da minha terra e onde joguei três anos. Depois, claro, torço pelos clubes onde passei e fui feliz. O FC Porto onde estive oito anos, o Boavista onde estive outros tantos. Estou sempre dividido com as paixões que fui tendo ao longo do tempo pelos clubes onde passei e conquistei títulos e também pela maneira como fui tratado. No Vitória tinha uma paixão imensa mas não permitiram que ela aumentasse. Depois retomei e estive lá pouco tempo porque não tinha condições para melhor trabalho. Tudo isso são situações que marcam mas o Vitória está mais no meu coração que o Sp. Braga, que foi uma questão de três ou quatro meses. Mas, no fundo, nestas alturas não estou de lado nenhum, quero que ganhe o futebol e o melhor», disse Jaime Pacheco, com um sorriso perfeitamente perceptível deste lado da linha.

«As rivalidades excessivas estragam o futebol... os presidentes deviam dar o exemplo e não piorar a situação»

Depois, passamos à conversa sobre este dérbi em concreto. «Que seja um bom espectáculo e que haja pacifismo entre os adeptos, que sejam mais positivos e gastem todas as energias a apoiar a equipa. Que se desgastem menos em rivalidades e conflitos que só estragam o futebol», atirou antes de mais nada. «Pelo que me tenho apercebido tem havido grandes desentendimentos em relação a bilhetes e era bom que isso acabasse. Penso que os clubes deviam ter mais civismo, uma cultura desportiva mais positiva, embora saibamos que a rivalidade muitas vezes faz com que haja mais motivação, mais paixão. Não há cabimento da parte do Sp. Braga em não ceder os bilhetes combinados e pré-estabelecidos ao Vitória, nem há cabimento do Vitória não aceitar adiar o jogo para mais tarde para ajudar o Sp. Braga nas competições europeias e servir os interesses do futebol português», frisou.

«São rivalidades com muitas décadas e infelizmente não vejo um bom presságio para que isso possa terminar, mas era bom para todos. É pena é que os presidentes não sejam os primeiros a dar o exemplo daquilo que deve ser a paz entre os clubes e que não percebam o benefício que as equipas podem ter fora dessas guerras. Muitas vezes são os presidentes a causar os conflitos, sem necessidade e até sem perceberem bem porquê», lamentou ainda o ex-líder de balneário vitoriano.

«A situação inverteu-se e o Sp. Braga está mais forte, mas também mais desgastado»

Mensagens transmitidas a quem de direito, Jaime Pacheco apontou então a temática ao futebol que se vive dentro das quatro linhas. Ao verdadeiro, melhor dizendo. «Em termos concretos, o Vitória começou a época muito bem e o Sp. Braga entrou mal. Agora a situação inverteu-se e o Sp. Braga está melhor e o Vitória está mal, embora já tenha assegurado a Europa com a final da Taça de Portugal. Mas em termos de campeonato está mal e o Sp. Braga, depois da fase má, talvez pelo desgaste e ambição que tinha nas provas europeias, nomeadamente na Champions, subiu de rendimento», analisou, acrescentando que «com a saída da Liga dos Campeões acho que os jogadores do Sp. Braga assentaram melhor as ideias».

Sendo assim, poderia pensar-se que Jaime Pacheco, actual treinador do Beijing Guoan, apostaria num triunfo arsenalista. Puro engano. «Todos nós sabemos, de outros derbies e de outros clássicos, que nem sempre quem está melhor ganha. Não há favoritos nestes momentos. O Sp. Braga acusa um desgaste maior pela época que tem conseguido, nomeadamente a nível internacional, mas são sempre jogos de grande emoção e em que o resultado será sempre uma incógnita. Muitas vezes nem ganha o melhor, ganha o que está mais inspirado ou tem mais sorte, vamos ver. São jogos que se decide em pormenores mas este até pode dar um empate, quem sabe...»

Ora, tendo Jaime um passado como jogador, e tendo em conta toda a rivalidade menos sadia que tem sido noticiada nas páginas dos jornais nos últimos tempos, perguntou-se ao agora técnico se os jogadores poderiam entrar no campo influenciados pelo ambiente externo. Jaime Pacheco não acredita e justifica com a evolução dos tempos. «Os jogadores era mais afectados no passado, quando eram residentes e naturais das cidades de Braga e Guimarães. Agora são quase todos... não é da China, mas quase. [risos] Os jogadores praticamente não sentem estas emoções e rivalidades como os do passado, são mais profissionais, pensam mais no seu trabalho e estão à margem disso», salientou ao zerozero.pt.

«O Domingos está a fazer um trabalho melhor que o dos outros todos»

Entretanto, a partir do Sp. Braga x Vitória chegou-se à temporada que os arsenalistas têm realizado. E aí sobraram elogios para o clube e para uma figura em especial. «Eu estou em querer que o Sp. Braga, nos últimos anos, foi a melhor equipa. Comparando com os orçamentos, com aquilo que é o Benfica e o FC Porto, o Sp. Braga foi a melhor equipa. E tem o melhor treinador de Portugal, que é o Domingos. Está provado, – e escreva isso – para dar o exemplo a estes treinadores e a outros, que com milhões qualquer treinador ganha e faz um bom trabalho. O difícil é ganhar e fazer um bom trabalho com tostões. O Jesus, o Villas-Boas, fazem um bom trabalho porque têm milhões e milhões à disposição enquanto o Domingos tem meia dúzia de tostões e faz um grande trabalho também. Quanto a mim, está a fazer um trabalho melhor que o dos outros todos», resumiu alguém que transformou o Boavista em Boavistão com condições similares.

Jaime Pacheco, o «vidente»?

Por fim, falou-se do FC Porto. Ou melhor, Jaime Pacheco falou, para «puxar o filme atrás» e reforçar palavras já publicadas há largos meses. «Eu já tinha dito no início da época, à televisão, às rádios, aos jornais, eu disse: o Benfica vai ficar em 2º lugar se não contratar dois ou três jogadores de grande qualidade para os lugares de Dí Maria e Ramires. Eu disse: enquanto o Hulk estiver no FC Porto, vão ganhar o campeonato com uma perna às costas. E disse ainda: se o Sporting ficar em quarto lugar é um bom campeonato. E disse que o Sp. Braga deveria acabar no terceiro lugar. Nada do que está a acontecer é surpresa para mim porque eu disse isso. Basta puxar atrás e recordar. Se fosse outro iluminado a dizer isso toda a gente se lembrava... como fui eu, passou ao lado», concluiu, no seu jeito típico.

ZeroZero

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