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Postado Sáb 4 Jun 2011 - 8:52
Pela tradição inglesa, o jogador que marca três gols em uma mesma partida tem o direito de sair de campo com a bola do jogo. No Brasil, há quem peça músicas ou comemore das mais diversas maneiras. Seja onde for, a trinca de gols é sinônimo de alegria para o artilheiro e para a torcida.
Em nenhum lugar a marca tríplice é tão cultuada quanto na Inglaterra, onde ganhou o apelido de hat trick, termo que remete à magia por significar, literalmente, "truque da cartola". O hat trick mais rápido da história da Premier League foi obra do atacante Robbie Fowler, do Liverpool, que só precisou de quatro minutos e meio para obter a façanha diante do Arsenal em agosto de 1994. Nas divisões de baixo, entretanto, foi James Hayter do Bournemouth o mais rápido de todos, com três gols em 140 segundos depois de sair do banco contra o Wrexham em 2004.
De maneiras diferentes
Quem gosta de estatísticas está sempre procurando fatos incomuns, como são os três gols feitos com a cabeça, o pé direito e o pé esquerdo na mesma partida. Um dos craques que conseguiu a façanha foi Michel Platini, quando defendia a França na Euro 1984. O meia já tinha feito outro coup du chapeau no jogo contra a Bélgica e radicalizou contra a Iugoslávia — marcou o primeiro de pé esquerdo, fez o segundo de peixinho e ainda converteu uma falta de perna direita.
Em março de 2002, o atacante holandês Jimmy Floyd Hasselbaink fez a mesma combinação pelo Chelsea no clássico contra o Tottenham. O primeiro saiu em um chute de pé direito de fora da área, antes de ele anotar o segundo com uma cabeçada cheia de elegância. O trabalho foi concluído com um gol que foi quase uma cópia do primeiro, só que com a canhota. Mais recentemente, quem repetiu o feito foi o atacante croata Ivica Olic na vitória de 3 a 0 do Bayern sobre o Lyon na semifinal da Liga dos Campeões de 2009/2010.
De maneiras iguais
Siniša Mihajlović foi um excelente batedor de faltas que acertou nada menos de 27 cobranças na primeira divisão do futebol italiano. Três delas o sérvio anotou em um único jogo em 1998. Depois de se transferir da Sampdoria para a Lazio ainda naquele ano, Mihajlović assombrou o ex-clube com a potência na bola parada.
Ainda na Itália, o uruguaio Edinson Cavani do Napoli conseguiu o incrível feito de marcar três gols de cabeça contra a Juventus em um confronto no início do ano. O tcheco Tomáš Skuhravý e o alemão Miroslav Klose já haviam feito o mesmo respectivamente nas edições de 1990 e 2002 da Copa do Mundo da FIFA.
O hat trick de Dirk Kuyt pelo Liverpool contra o Manchester United em março deste ano — o primeiro dele pelo clube — foi marcado em chutes à queima-roupa que, somados, não passaram de sete metros do gol. Um mês antes, o argentino Carlos Tévez tinha feito o seu triplete no dia do 27º aniversário, garantindo a vitória de 3 a 0 do Manchester City sobre o West Bromwich.
Em fevereiro de 1999, Ole Gunnar Solskjaer marcou quatro gols em dez minutos depois de sair do banco para ajudar o Manchester United a golear o Nottingham por 8 a 1. Wayne Rooney, por sua vez, balançou as redes em dose tripla contra o Fenerbahçe em setembro de 2004 ao estrear na Liga dos Campeões, mas viu o turco Tuncay Sanli repetir a dose no confronto do returno dez semanas depois.
Rivaldo encanta o Camp Nou
Um ano antes de ser campeão mundial com o Brasil, o meia Rivaldo fez a festa da torcida do Barcelona ao balançar as redes três vezes diante do Valencia. Os gols foram não apenas numerosos, mas lindíssimos. Primeiro uma cobrança de falta que bateu no poste antes de entrar no canto. Depois, um chute de longa distância com muito veneno. Para completar, uma incrível bicicleta da entrada da área.
A façanha de Rivaldo foi ainda maior por causa do contexto daquela partida. O Barça começou o jogo sabendo que precisaria de uma vitória para se classificar à Liga dos Campeões da UEFA, e o brasileiro conseguiu praticamente sozinho garantir o resultado, definindo o 3 a 2 com aquela lindíssima bicicleta a menos de dois minutos do fim. O pernambucano afirmou recentemente ao FIFA.com que considera aquela partida uma das maiores da sua carreira.
Ronaldo e Bergkamp aplaudidos
Maior artilheiro da história da Copa do Mundo da FIFA, Ronaldo já brilhou no Brasil, na Holanda, na Espanha e na Itália, além das ocasiões em que defendeu a camisa amarelinha. Mas na Inglaterra ele é relembrado principalmente pela atuação de gala contra o Manchester United pelas quartas de final da Liga dos Campeões em 2003.
O Real Madrid havia vencido por 3 a 1 no Santiago Bernabéu, com um show do espanhol Raúl. No Old Trafford, foi o Fenômeno que acabou de vez com os ingleses, primeiro pegando o goleiro Fabien Barthez de surpresa com um chute de fora da área. Depois, recebeu cruzamento de Roberto Carlos com o gol aberto e só precisou tocar para as redes. O terceiro gol foi um chute esplendoroso da intermediária que lhe rendeu aplausos de pé ao ser substituído no fim da partida.
De forma semelhante, Dennis Bergkamp obteve um inesquecível hat trick pelo Arsenal contra o Leicester em 1997. O primeiro do atacante holandês saiu de uma cobrança ensaiada de escanteio. O seguinte foi marcado em uma jogada individual mais simples, mas o terceiro foi uma pintura: após dominar um lançamento sem deixar a bola cair, Bergkamp driblou um adversário com dois toques de habilidade e concluiu de chapa com grande elegância, em uma espécie de prelúdio do golaço que faria na Copa do Mundo da FIFA no ano seguinte.
Triplete mundial
O argentino Gonzalo Higuaín foi o último a conseguir o triplete na Copa do Mundo da FIFA. Mas antes dos três gols dele contra a Coreia do Sul em 2010, o marco já havia sido alcançado nada menos que 47 vezes no Mundial. Sándor Kocsis, Just Fontaine, Gerd Müller e Gabriel Batistuta conseguiram inclusive repetir a dose, sendo que o ex-centroavante argentino foi o único a chegar lá em duas edições diferentes.
O primeiro a sair triplamente feliz de campo em um Mundial foi o americano Bert Patenaude, ainda em 1930, mas a ocasião mais famosa foi sem dúvida a da decisão da Copa do Mundo da FIFA 1966, quando o inglês Geoff Hurst marcou três gols contra a Alemanha Ocidental.
E a melhor forma de encerrar a longa lista é pela posição mais incomum: a de guarda-metas. O paraguaio José Luis Chilavert ficou famoso pela precisão nas cobranças de pênalti e de falta. Em 1999, defendendo o seu Vélez Sarsfield diante do Ferro Carril, ele foi o primeiro arqueiro a fazer três gols no mesmo jogo.
Já o brasileiro Rogério Ceni, único goleiro a ter feito mais gols do que Chilavert, não conseguiu repetir a façanha do paraguaio, mas chegou perto. Nas quartas de final da Libertadores 2005, contra o Tigres, ele acertou duas faltas e ainda bateu um pênalti, que acabou desperdiçando.
Dê a sua opinião
Qual foi o seu hat trick preferido? Pode ser também o seu triplete, ou como você quiser chamá-lo. Basta clicar em "Deixe seu comentário" para entrar no debate. Não se esqueça de manter o fair play e de escrever apenas em português.
Em nenhum lugar a marca tríplice é tão cultuada quanto na Inglaterra, onde ganhou o apelido de hat trick, termo que remete à magia por significar, literalmente, "truque da cartola". O hat trick mais rápido da história da Premier League foi obra do atacante Robbie Fowler, do Liverpool, que só precisou de quatro minutos e meio para obter a façanha diante do Arsenal em agosto de 1994. Nas divisões de baixo, entretanto, foi James Hayter do Bournemouth o mais rápido de todos, com três gols em 140 segundos depois de sair do banco contra o Wrexham em 2004.
De maneiras diferentes
Quem gosta de estatísticas está sempre procurando fatos incomuns, como são os três gols feitos com a cabeça, o pé direito e o pé esquerdo na mesma partida. Um dos craques que conseguiu a façanha foi Michel Platini, quando defendia a França na Euro 1984. O meia já tinha feito outro coup du chapeau no jogo contra a Bélgica e radicalizou contra a Iugoslávia — marcou o primeiro de pé esquerdo, fez o segundo de peixinho e ainda converteu uma falta de perna direita.
Em março de 2002, o atacante holandês Jimmy Floyd Hasselbaink fez a mesma combinação pelo Chelsea no clássico contra o Tottenham. O primeiro saiu em um chute de pé direito de fora da área, antes de ele anotar o segundo com uma cabeçada cheia de elegância. O trabalho foi concluído com um gol que foi quase uma cópia do primeiro, só que com a canhota. Mais recentemente, quem repetiu o feito foi o atacante croata Ivica Olic na vitória de 3 a 0 do Bayern sobre o Lyon na semifinal da Liga dos Campeões de 2009/2010.
De maneiras iguais
Siniša Mihajlović foi um excelente batedor de faltas que acertou nada menos de 27 cobranças na primeira divisão do futebol italiano. Três delas o sérvio anotou em um único jogo em 1998. Depois de se transferir da Sampdoria para a Lazio ainda naquele ano, Mihajlović assombrou o ex-clube com a potência na bola parada.
Ainda na Itália, o uruguaio Edinson Cavani do Napoli conseguiu o incrível feito de marcar três gols de cabeça contra a Juventus em um confronto no início do ano. O tcheco Tomáš Skuhravý e o alemão Miroslav Klose já haviam feito o mesmo respectivamente nas edições de 1990 e 2002 da Copa do Mundo da FIFA.
O hat trick de Dirk Kuyt pelo Liverpool contra o Manchester United em março deste ano — o primeiro dele pelo clube — foi marcado em chutes à queima-roupa que, somados, não passaram de sete metros do gol. Um mês antes, o argentino Carlos Tévez tinha feito o seu triplete no dia do 27º aniversário, garantindo a vitória de 3 a 0 do Manchester City sobre o West Bromwich.
Em fevereiro de 1999, Ole Gunnar Solskjaer marcou quatro gols em dez minutos depois de sair do banco para ajudar o Manchester United a golear o Nottingham por 8 a 1. Wayne Rooney, por sua vez, balançou as redes em dose tripla contra o Fenerbahçe em setembro de 2004 ao estrear na Liga dos Campeões, mas viu o turco Tuncay Sanli repetir a dose no confronto do returno dez semanas depois.
Rivaldo encanta o Camp Nou
Um ano antes de ser campeão mundial com o Brasil, o meia Rivaldo fez a festa da torcida do Barcelona ao balançar as redes três vezes diante do Valencia. Os gols foram não apenas numerosos, mas lindíssimos. Primeiro uma cobrança de falta que bateu no poste antes de entrar no canto. Depois, um chute de longa distância com muito veneno. Para completar, uma incrível bicicleta da entrada da área.
A façanha de Rivaldo foi ainda maior por causa do contexto daquela partida. O Barça começou o jogo sabendo que precisaria de uma vitória para se classificar à Liga dos Campeões da UEFA, e o brasileiro conseguiu praticamente sozinho garantir o resultado, definindo o 3 a 2 com aquela lindíssima bicicleta a menos de dois minutos do fim. O pernambucano afirmou recentemente ao FIFA.com que considera aquela partida uma das maiores da sua carreira.
Ronaldo e Bergkamp aplaudidos
Maior artilheiro da história da Copa do Mundo da FIFA, Ronaldo já brilhou no Brasil, na Holanda, na Espanha e na Itália, além das ocasiões em que defendeu a camisa amarelinha. Mas na Inglaterra ele é relembrado principalmente pela atuação de gala contra o Manchester United pelas quartas de final da Liga dos Campeões em 2003.
O Real Madrid havia vencido por 3 a 1 no Santiago Bernabéu, com um show do espanhol Raúl. No Old Trafford, foi o Fenômeno que acabou de vez com os ingleses, primeiro pegando o goleiro Fabien Barthez de surpresa com um chute de fora da área. Depois, recebeu cruzamento de Roberto Carlos com o gol aberto e só precisou tocar para as redes. O terceiro gol foi um chute esplendoroso da intermediária que lhe rendeu aplausos de pé ao ser substituído no fim da partida.
De forma semelhante, Dennis Bergkamp obteve um inesquecível hat trick pelo Arsenal contra o Leicester em 1997. O primeiro do atacante holandês saiu de uma cobrança ensaiada de escanteio. O seguinte foi marcado em uma jogada individual mais simples, mas o terceiro foi uma pintura: após dominar um lançamento sem deixar a bola cair, Bergkamp driblou um adversário com dois toques de habilidade e concluiu de chapa com grande elegância, em uma espécie de prelúdio do golaço que faria na Copa do Mundo da FIFA no ano seguinte.
Triplete mundial
O argentino Gonzalo Higuaín foi o último a conseguir o triplete na Copa do Mundo da FIFA. Mas antes dos três gols dele contra a Coreia do Sul em 2010, o marco já havia sido alcançado nada menos que 47 vezes no Mundial. Sándor Kocsis, Just Fontaine, Gerd Müller e Gabriel Batistuta conseguiram inclusive repetir a dose, sendo que o ex-centroavante argentino foi o único a chegar lá em duas edições diferentes.
O primeiro a sair triplamente feliz de campo em um Mundial foi o americano Bert Patenaude, ainda em 1930, mas a ocasião mais famosa foi sem dúvida a da decisão da Copa do Mundo da FIFA 1966, quando o inglês Geoff Hurst marcou três gols contra a Alemanha Ocidental.
E a melhor forma de encerrar a longa lista é pela posição mais incomum: a de guarda-metas. O paraguaio José Luis Chilavert ficou famoso pela precisão nas cobranças de pênalti e de falta. Em 1999, defendendo o seu Vélez Sarsfield diante do Ferro Carril, ele foi o primeiro arqueiro a fazer três gols no mesmo jogo.
Já o brasileiro Rogério Ceni, único goleiro a ter feito mais gols do que Chilavert, não conseguiu repetir a façanha do paraguaio, mas chegou perto. Nas quartas de final da Libertadores 2005, contra o Tigres, ele acertou duas faltas e ainda bateu um pênalti, que acabou desperdiçando.
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Qual foi o seu hat trick preferido? Pode ser também o seu triplete, ou como você quiser chamá-lo. Basta clicar em "Deixe seu comentário" para entrar no debate. Não se esqueça de manter o fair play e de escrever apenas em português.
