Postado Sáb 4 Jun 2011 - 8:58
Philipp Lahm fez a sua estreia pela seleção da Alemanha há pouco mais de sete anos. Desde então, o lateral amadureceu muito e se tornou um dos melhores do mundo na sua posição tanto pelo lado direito quanto pelo esquerdo, vivendo muitas glórias com as camisas do Bayern de Munique e do seu país.
Sempre mostrando um alto rendimento e com muita constância, o capitão da Nationalelf foi eleito para a seleção do torneio na Alemanha 2006, na Eurocopa 2008 e também na África do Sul 2010.
O FIFA.com conduziu uma entrevista exclusiva com o atleta de 27 anos, que falou sobre as variações do estilo de jogo da Alemanha, sobre as inspirações no modelo espanhol e também sobre as próximas partidas pelas eliminatórias para a Eurocopa 2012.
FIFA.com: Você estreou pela seleção principal da Alemanha em 2004. Como avalia a evolução da equipe desde então?
Philipp Lahm: Os jogadores mudaram completamente ao longo desses anos. Apenas alguns poucos nomes daquela época ainda estão na equipe, enquanto muitas caras novas chegaram, principalmente muitos jovens atletas. As duas trocas de treinador também contribuíram em muito para mudar o nosso estilo de jogo. Mas em geral o futebol também evoluiu muito, ficou ainda mais rápido e adaptamos a nossa forma de jogar a essa realidade.
Realmente, desde a última Copa do Mundo da FIFA, a Alemanha se tornou uma das seleções mais jovens e promissoras do planeta...
Sem dúvidas, passamos por uma evolução muito positiva. Mas também está claro que esse processo ainda não terminou. A Espanha continua sendo o nosso modelo. Estamos no caminho certo e isso pode ser visto pelos resultados dos dois últimos Mundiais e da última Eurocopa, mas ainda não esgotamos as nossas possibilidades e queremos conquistar um título a qualquer custo.
Como você avalia a situação da Alemanha em comparação com a concorrência no que diz respeito à possibilidade de vencer a Eurocopa ou a Copa do Mundo?
Já mostramos que estamos no mesmo nível do Brasil e outros grandes países. A Espanha continua um passo à nossa frente, mas estamos nos aproximando. Contamos com uma seleção jovem que tem a qualidade necessária para se desenvolver nos próximos anos e conquistar títulos.
Já que você mencionou a Espanha várias vezes, o que falta para que a Alemanha chegue no mesmo nível dos espanhóis?
Falta o tempo. Os espanhóis estão jogando juntos há vários anos com o mesmo sistema e a mesma filosofia. Começamos a fazer isso há menos tempo. É por isso que ainda estamos nos desenvolvendo. A Espanha segue um estilo de jogo que se baseia na posse de bola. Isso acontece desde as seleções juvenis. E ocorre também na maioria dos clubes do país. Mas o nosso trabalho com as categorias de base também está no caminho certo, como estamos vendo.
O técnico da Alemanha, Joachim Löw, também reconheceu isso ao convocar nove jogadores que tem 23 anos ou menos para as próximas partidas pelas eliminatórias para a Eurocopa...
Os jovens jogadores que estão chegando trazem uma grande qualidade à equipe. É algo que não se via há muito tempo. Jogadores que encaram o adversário no mano a mano com muita velocidade. Fazia tempo que não tínhamos isso. Por sorte, esse tipo de futebolista está reaparecendo. Por isso, estamos com um elenco maior, o que é importante em casos de contusão. Isso também é algo que fazia falta para nós.
O técnico da seleção alemã também teve um papel para que isso ocorresse ao criar um ambiente que permitiu que a Alemanha se desenvolvesse. Como você avalia o trabalho dele?
O treinador desempenhou um importante papel para o nosso sucesso. Antes da Copa do Mundo de 2006, aconteceu uma transição e tudo se tornou completamente novo. E o Joachim Löw esteve conosco desde então. Ele é um verdadeiro professor de futebol que se interessa muito pelo esporte, observa muitos jogadores e sabe compreender o que falta para nós. Como não nos vemos com tanta frequência, nem sempre é fácil alcançarmos os nossos objetivos, mas é possível ver que o nosso futebol está melhorando conforme o tempo passa. O nosso treinador sabe como precisamos treinar e como podemos aplicar o que aprendemos.
A Alemanha ficou na terceira colocação nas duas últimas edições da Copa do Mundo da FIFA e foi vice-campeã da última Euro. Não é um pouco frustrante não conseguir ganhar nenhum título?
Isso é algo complicado. Em 2006 ninguém acreditava em nós, mas foi um torneio muito bem-sucedido. Dois anos mais tarde estávamos entre os melhores, mas a Espanha era sem dúvidas a melhor equipe e mereceu ganhar a Euro. Em 2010, na minha opinião, tínhamos tudo para vencer, mas fomos eliminados na semifinal. Mas foi um jogo equilibrado contra a Espanha e tivemos as nossas chances. A eliminação foi muito amarga e mais decepcionante do que em 2006, porque eu sentia que desta vez poderíamos ter ganhado.
A próxima chance da Alemanha será na Euro 2012. Será que desta vez vocês conseguem vencer?
Se observarmos os últimos anos, é óbvio que o nosso objetivo é o título da Euro. Mas sabemos como é difícil conseguir isso. O torneio não será fácil. Será uma tarefa complicada. Precisamos continuar evoluindo, então talvez tenhamos chances.
O caminho para a Polônia e Ucrânia 2012 está indo bem até o momento, já que vocês venceram todas as cinco partidas que disputaram...
Pois é. Tivemos um começo perfeito com cinco vitórias, mas ainda não está terminado. Agora precisamos pontuar na Áustria e no Azerbaijão. Se vencermos os dois jogos, acredito que estaremos dentro e que conseguiremos conquistar os últimos pontos que faltarem.
Na sexta-feira, vocês enfrentarão em Viena a seleção da Áustria, grande rival da Alemanha. Pelo fato de você ser de Munique, a partida tem um gostinho especial?
As pessoas da Baviera e da Áustria têm uma mentalidade parecida, então é sempre especial enfrentar os austríacos. Desde pequeno, gosto muito de passar as férias lá. Por isso, os duelos contra os nossos vizinhos são sempre muito interessantes. A euforia em torno desses jogos é sempre grande e até hoje as pessoas na Áustria falam do jogo de Córdoba (local da partida entre Alemanha e Áustria na Copa do Mundo da FIFA Argentina 1978, quando os austríacos venceram por 3 a 2 e eliminaram os alemães). É um duelo especial e estou muito ansioso para entrar em campo.
E o que você acha da equipe adversária?
A Áustria joga muito bem coletivamente. Obviamente, conhecemos muitos dos jogadores deles da Bundesliga e eles têm muita qualidade. Além disso, o estádio em Viena estará lotado e com certeza não será um jogo fácil. Fico contente com esse confronto.
Alguns dias mais tarde, você e os seus companheiros viajam para enfrentar o Azerbaijão, seleção treinada pelo alemão Berti Vogts. O que espera dessa partida?
É sempre legal enfrentar um adversário cujo técnico é alemão. Enfrentar o Berti Vogts, que era o técnico da Alemanha que venceu a Eurocopa 1996, é ainda mais especial. Precisamos conseguir os três pontos lá, mas não será fácil. A nossa última partida pelas eliminatórias contra os azerbaijanos fora de casa não foi fácil.
Sempre mostrando um alto rendimento e com muita constância, o capitão da Nationalelf foi eleito para a seleção do torneio na Alemanha 2006, na Eurocopa 2008 e também na África do Sul 2010.
O FIFA.com conduziu uma entrevista exclusiva com o atleta de 27 anos, que falou sobre as variações do estilo de jogo da Alemanha, sobre as inspirações no modelo espanhol e também sobre as próximas partidas pelas eliminatórias para a Eurocopa 2012.
FIFA.com: Você estreou pela seleção principal da Alemanha em 2004. Como avalia a evolução da equipe desde então?
Philipp Lahm: Os jogadores mudaram completamente ao longo desses anos. Apenas alguns poucos nomes daquela época ainda estão na equipe, enquanto muitas caras novas chegaram, principalmente muitos jovens atletas. As duas trocas de treinador também contribuíram em muito para mudar o nosso estilo de jogo. Mas em geral o futebol também evoluiu muito, ficou ainda mais rápido e adaptamos a nossa forma de jogar a essa realidade.
Realmente, desde a última Copa do Mundo da FIFA, a Alemanha se tornou uma das seleções mais jovens e promissoras do planeta...
Sem dúvidas, passamos por uma evolução muito positiva. Mas também está claro que esse processo ainda não terminou. A Espanha continua sendo o nosso modelo. Estamos no caminho certo e isso pode ser visto pelos resultados dos dois últimos Mundiais e da última Eurocopa, mas ainda não esgotamos as nossas possibilidades e queremos conquistar um título a qualquer custo.
Como você avalia a situação da Alemanha em comparação com a concorrência no que diz respeito à possibilidade de vencer a Eurocopa ou a Copa do Mundo?
Já mostramos que estamos no mesmo nível do Brasil e outros grandes países. A Espanha continua um passo à nossa frente, mas estamos nos aproximando. Contamos com uma seleção jovem que tem a qualidade necessária para se desenvolver nos próximos anos e conquistar títulos.
Já que você mencionou a Espanha várias vezes, o que falta para que a Alemanha chegue no mesmo nível dos espanhóis?
Falta o tempo. Os espanhóis estão jogando juntos há vários anos com o mesmo sistema e a mesma filosofia. Começamos a fazer isso há menos tempo. É por isso que ainda estamos nos desenvolvendo. A Espanha segue um estilo de jogo que se baseia na posse de bola. Isso acontece desde as seleções juvenis. E ocorre também na maioria dos clubes do país. Mas o nosso trabalho com as categorias de base também está no caminho certo, como estamos vendo.
O técnico da Alemanha, Joachim Löw, também reconheceu isso ao convocar nove jogadores que tem 23 anos ou menos para as próximas partidas pelas eliminatórias para a Eurocopa...
Os jovens jogadores que estão chegando trazem uma grande qualidade à equipe. É algo que não se via há muito tempo. Jogadores que encaram o adversário no mano a mano com muita velocidade. Fazia tempo que não tínhamos isso. Por sorte, esse tipo de futebolista está reaparecendo. Por isso, estamos com um elenco maior, o que é importante em casos de contusão. Isso também é algo que fazia falta para nós.
O técnico da seleção alemã também teve um papel para que isso ocorresse ao criar um ambiente que permitiu que a Alemanha se desenvolvesse. Como você avalia o trabalho dele?
O treinador desempenhou um importante papel para o nosso sucesso. Antes da Copa do Mundo de 2006, aconteceu uma transição e tudo se tornou completamente novo. E o Joachim Löw esteve conosco desde então. Ele é um verdadeiro professor de futebol que se interessa muito pelo esporte, observa muitos jogadores e sabe compreender o que falta para nós. Como não nos vemos com tanta frequência, nem sempre é fácil alcançarmos os nossos objetivos, mas é possível ver que o nosso futebol está melhorando conforme o tempo passa. O nosso treinador sabe como precisamos treinar e como podemos aplicar o que aprendemos.
A Alemanha ficou na terceira colocação nas duas últimas edições da Copa do Mundo da FIFA e foi vice-campeã da última Euro. Não é um pouco frustrante não conseguir ganhar nenhum título?
Isso é algo complicado. Em 2006 ninguém acreditava em nós, mas foi um torneio muito bem-sucedido. Dois anos mais tarde estávamos entre os melhores, mas a Espanha era sem dúvidas a melhor equipe e mereceu ganhar a Euro. Em 2010, na minha opinião, tínhamos tudo para vencer, mas fomos eliminados na semifinal. Mas foi um jogo equilibrado contra a Espanha e tivemos as nossas chances. A eliminação foi muito amarga e mais decepcionante do que em 2006, porque eu sentia que desta vez poderíamos ter ganhado.
A próxima chance da Alemanha será na Euro 2012. Será que desta vez vocês conseguem vencer?
Se observarmos os últimos anos, é óbvio que o nosso objetivo é o título da Euro. Mas sabemos como é difícil conseguir isso. O torneio não será fácil. Será uma tarefa complicada. Precisamos continuar evoluindo, então talvez tenhamos chances.
O caminho para a Polônia e Ucrânia 2012 está indo bem até o momento, já que vocês venceram todas as cinco partidas que disputaram...
Pois é. Tivemos um começo perfeito com cinco vitórias, mas ainda não está terminado. Agora precisamos pontuar na Áustria e no Azerbaijão. Se vencermos os dois jogos, acredito que estaremos dentro e que conseguiremos conquistar os últimos pontos que faltarem.
Na sexta-feira, vocês enfrentarão em Viena a seleção da Áustria, grande rival da Alemanha. Pelo fato de você ser de Munique, a partida tem um gostinho especial?
As pessoas da Baviera e da Áustria têm uma mentalidade parecida, então é sempre especial enfrentar os austríacos. Desde pequeno, gosto muito de passar as férias lá. Por isso, os duelos contra os nossos vizinhos são sempre muito interessantes. A euforia em torno desses jogos é sempre grande e até hoje as pessoas na Áustria falam do jogo de Córdoba (local da partida entre Alemanha e Áustria na Copa do Mundo da FIFA Argentina 1978, quando os austríacos venceram por 3 a 2 e eliminaram os alemães). É um duelo especial e estou muito ansioso para entrar em campo.
E o que você acha da equipe adversária?
A Áustria joga muito bem coletivamente. Obviamente, conhecemos muitos dos jogadores deles da Bundesliga e eles têm muita qualidade. Além disso, o estádio em Viena estará lotado e com certeza não será um jogo fácil. Fico contente com esse confronto.
Alguns dias mais tarde, você e os seus companheiros viajam para enfrentar o Azerbaijão, seleção treinada pelo alemão Berti Vogts. O que espera dessa partida?
É sempre legal enfrentar um adversário cujo técnico é alemão. Enfrentar o Berti Vogts, que era o técnico da Alemanha que venceu a Eurocopa 1996, é ainda mais especial. Precisamos conseguir os três pontos lá, mas não será fácil. A nossa última partida pelas eliminatórias contra os azerbaijanos fora de casa não foi fácil.