Postado Ter 5 Jul 2011 - 22:23
O futebol é uma paixão peruana. Uma religião nacional que move paixões e sempre unificou brancos, negros e quíchuas no apoio incondicional à blanquiroja ou aos maiores clubes da liga peruana. Num mundo de forte misticismo e tradições incas, onde impera um catolicismo ortodoxo, não é pecado para ninguém no Peru dizer que Teófilo Cubillas é o profeta do futebol peruano, o Deus da bola andina, a manifestação divina de que o Peru não foi esquecido por Deus...
Num hipotético panteão nacional peruano com lugar para apenas cinco heróis nacionais, o argentino José de San Martin e o venezuelano Simón Bolívar, responsáveis pela independência peruana, teriam um óbvio lugar de destaque. Tupac Amaru II - último resistente inca contra a ocupação espanhola e Mário Vargas Llosa - Prémio Nobel da Literatura 2010 -, seriam incontornáveis. E por último, o quinto e último lugar seria para o mais amado «negrito» da nação andina: Teófilo Juan Cubillas Arizaga, o Pelé peruano.
Das ruas de Lima para o palco do mundo
A selecção Nacional peruana qualificou-se por quatro vezes para o Campeonato do Mundo, a primeira em 1930, por convite, as outras três (1970, 1978 e 1982) por culpa de Teófilo Cubillas.
Nesse período dourado da história do futebol peruano a blanquiroja apurou-se duas vezes para os quartos-de-final do Mundial e Cubillas apontou dez golos, que o tornaram um dos maiores goleadores da história dos mundiais.
Conhecido por el Nene (o Bebé), Cubillas nasceu em Puente Piedra, Lima, a 8 de Março de 1949. Aos 16 anos começou a carreira no Alianza Lima, e cedo despontou como uma referência do grande clube da capital ao serviço do qual foi o melhor marcador do campeonato em 1966 e 1970.
Depois de um mundial fantástico (México 1970), no qual apontou golos em todos os jogos, tendo inclusive bisado numa partida, foi referido como um dos melhores jogadores da competição e o próprio Pelé considerou que Cubillas era o seu provável sucessor. Dois anos depois, recebeu o prémio atribuído ao melhor jogador da América do Sul e foi o melhor marcador da Taça Libertadores.
O salto para a Europa
Em Julho de 1973 deu o salto para a Europa e assinou pelo Basel, da Suíça. Mas duraria pouco tempo a sua experiência helvética, desanimado que estava com o amadorismo do campeonato e com a vida que levava em Basileia. Não foi, por isso, estranha a sua mudança de armas e bagagens, no Verão seguinte, para a cidade invicta, onde vestiu a camisola azul e branca do FC Porto a troco de 5600 contos pelo passe e 125 contos por mês - uma fortuna para a época - durante três épocas.
As portentosas exibições e os golos apontados ao serviço dos dragões fizeram de Cubillas um ídolo da massa associativa do clube, rivalizando com Eusébio e Yazalde em popularidade. Em 1977 decidiu voltar a casa e ao seu Alianza Lima onde conquistou o bicampeonato.
Herói nacional
Antes, em 1975, Cubillas foi fundamental na caminhada do Peru na Copa América, ao apontar um golo decisivo para eliminar o Brasil nas meias-finais. Na finalíssima, em Caracas, na Venezuela, não marcou nenhum golo, falhou inclusive uma grande penalidade, mas finalmente viu a sua selecção erguer um grande troféu.
No Mundial da Argentina 78 volta a brilhar com a camisola da selecção e volta a levar os peruanos até aos quartos-de-final, para caírem no grupo final de acesso à final com uma derrota com a equipa anfitriã.
Quatro anos depois, em Espanha, os objectivos peruanos passavam por fazer uma surpresa. Um grupo com italianos, camaroneses e polacos abria as expectativas ao combinado andino, porém dois empates e uma derrota pesada com a Polónia (1x5) enviaram o Peru para casa muito mais cedo do que esperava. Cubillas abandonou a selecção e desde esse dia o Peru nunca mais se qualificou para um Campeonato do Mundo.
Abandonada a blanquiroja, Cubillas jogou até 1989, ora pontificando em clubes da Florida (EUA) como os Fort Lauderdale Strikers ou os Miami Sharks, ora regressando ao seu amado Alianza Lima.
Num hipotético panteão nacional peruano com lugar para apenas cinco heróis nacionais, o argentino José de San Martin e o venezuelano Simón Bolívar, responsáveis pela independência peruana, teriam um óbvio lugar de destaque. Tupac Amaru II - último resistente inca contra a ocupação espanhola e Mário Vargas Llosa - Prémio Nobel da Literatura 2010 -, seriam incontornáveis. E por último, o quinto e último lugar seria para o mais amado «negrito» da nação andina: Teófilo Juan Cubillas Arizaga, o Pelé peruano.
Das ruas de Lima para o palco do mundo
A selecção Nacional peruana qualificou-se por quatro vezes para o Campeonato do Mundo, a primeira em 1930, por convite, as outras três (1970, 1978 e 1982) por culpa de Teófilo Cubillas.
Nesse período dourado da história do futebol peruano a blanquiroja apurou-se duas vezes para os quartos-de-final do Mundial e Cubillas apontou dez golos, que o tornaram um dos maiores goleadores da história dos mundiais.
Conhecido por el Nene (o Bebé), Cubillas nasceu em Puente Piedra, Lima, a 8 de Março de 1949. Aos 16 anos começou a carreira no Alianza Lima, e cedo despontou como uma referência do grande clube da capital ao serviço do qual foi o melhor marcador do campeonato em 1966 e 1970.
Depois de um mundial fantástico (México 1970), no qual apontou golos em todos os jogos, tendo inclusive bisado numa partida, foi referido como um dos melhores jogadores da competição e o próprio Pelé considerou que Cubillas era o seu provável sucessor. Dois anos depois, recebeu o prémio atribuído ao melhor jogador da América do Sul e foi o melhor marcador da Taça Libertadores.
O salto para a Europa
Em Julho de 1973 deu o salto para a Europa e assinou pelo Basel, da Suíça. Mas duraria pouco tempo a sua experiência helvética, desanimado que estava com o amadorismo do campeonato e com a vida que levava em Basileia. Não foi, por isso, estranha a sua mudança de armas e bagagens, no Verão seguinte, para a cidade invicta, onde vestiu a camisola azul e branca do FC Porto a troco de 5600 contos pelo passe e 125 contos por mês - uma fortuna para a época - durante três épocas.
As portentosas exibições e os golos apontados ao serviço dos dragões fizeram de Cubillas um ídolo da massa associativa do clube, rivalizando com Eusébio e Yazalde em popularidade. Em 1977 decidiu voltar a casa e ao seu Alianza Lima onde conquistou o bicampeonato.
Herói nacional
Antes, em 1975, Cubillas foi fundamental na caminhada do Peru na Copa América, ao apontar um golo decisivo para eliminar o Brasil nas meias-finais. Na finalíssima, em Caracas, na Venezuela, não marcou nenhum golo, falhou inclusive uma grande penalidade, mas finalmente viu a sua selecção erguer um grande troféu.
No Mundial da Argentina 78 volta a brilhar com a camisola da selecção e volta a levar os peruanos até aos quartos-de-final, para caírem no grupo final de acesso à final com uma derrota com a equipa anfitriã.
Quatro anos depois, em Espanha, os objectivos peruanos passavam por fazer uma surpresa. Um grupo com italianos, camaroneses e polacos abria as expectativas ao combinado andino, porém dois empates e uma derrota pesada com a Polónia (1x5) enviaram o Peru para casa muito mais cedo do que esperava. Cubillas abandonou a selecção e desde esse dia o Peru nunca mais se qualificou para um Campeonato do Mundo.
Abandonada a blanquiroja, Cubillas jogou até 1989, ora pontificando em clubes da Florida (EUA) como os Fort Lauderdale Strikers ou os Miami Sharks, ora regressando ao seu amado Alianza Lima.