Benfica e PSG deram o pontapé de saída na edição deste ano do Torneio do Guadiana e disputaram um interessante jogo de futebol, com direito a vários golos, algumas quezílias e até uma expulsão. As águias venceram por 3-1 e estão bem lançadas para reconquistar a prova.

Mas a primeira conclusão é: Jorge Jesus tem ainda muito trabalho pela frente para preparar convenientemente a equipa para a pré-eliminatória da Liga dos Campeões. É verdade que no meio-campo e ataque as coisas estão controladas, estão «bem» para esta fase da época. Mas na defesa, pese as ausências de vulto, há muito que fazer e corrigir lá para os lados da Luz.

Hoje jogaram pelo Benfica, de início, Artur, André Almeida, Miguel Vítor, Javi Garcia, Fábio Faria, Matic, Bruno César, Aimar, Gaitán, Enzo Pérez e Cardozo.

Nico foi o primeiro a causar perigo, logo aos três minutos, com um tiro do meio da rua que acabou aninhado nas mãos do guarda-redes. Aos dez minutos, uma jogada rápida entre Enzo Pérez e o mesmo Gaitán deu ao habitual 20 a hipótese de isolar Cardozo, o que acabou por acontecer: o paraguaio recebeu já na área, mas descaído para a esquerda, e tentou o golo, que Douchez impediu numa primeira instância. É que na sequência do lance o esférico foi ter com Aimar e el Mago assistiu Tacuara, com alguma sorte pelo meio, para o 1-0.

O Benfica punha-se em vantagem muito cedo, mas justificava pela ousadia, enquanto Cardozo apontava o quinto golo em quatro jogos. O problema é que essa vantagem se diluiu quase no imediato por mérito de Nené e demérito da defensiva encarnada. Outra vez.

Está certo que não são estes que vão jogar a sério, até Jorge Jesus o admitiu em conferência de imprensa, mas as falhas dos presentes são por demais evidentes. Nené conseguiu desmarcar-se entre três águias e, aproveitando um passe açucarado de Chantôme, fez um chapéu a Artur, que tinha saído para tentar terminar com a jogada.

Depois do empate, também é preciso dizer, deu Benfica: Cardozo tentou de livre, Douchez segurou, Matic ficou a rasar o poste e Javi testou novamente a atenção do guarda-redes, que não falhou na abordagem. Mas aí pelo meio Artur Moraes foi obrigado a travar um e outro remate parisiense, de jogadores que chegavam demasiado perto e demasiado rápido à sua área.

Ao intervalo Jesus mudou... na frente. Lançou Nolito, Saviola, Jara e estreou Witsel. O Paris Saint-Germain trocou tudo mas nem por isso abriu fileiras. Pelo contrário, Artur teve de se aplicar bastante sobre o minuto 49, por duas vezes, para impedir o 1-2. E depois aos 60' para secar a sede de golo de Kevin Gameiro.

Os encarnados só a partir da hora de jogo recuperaram o controlo, apostando na melhor defesa: pois claro, o ataque. Nolito aproveitou o desleixo de um central gaulês e recuperou o esférico junto à entrada da área, servindo de imediato Franco Jara. O argentino teve tempo e calma e classe suficientes para fazer um chapéu ao guarda-redes, agora Aréola, e rubricou o 2-1.

A tarefa descomplicou-se ainda mais com a expulsão de Armand nos gauleses. Aí, com muito espaço, os lisboetas apostaram nos ataques rápidos, nas triangulações, nos remates: Saviola, Urreta e Javi falharam o alvo, Nolito fintou demasiado, Jara escorregou. O PSG quase empatou o jogo perto do final, não fosse Gameiro estar em fora-de-jogo. Até que apareceu Saviola outra vez, aos 89 minutos, agora com mais pontaria e, após passe de Nolito, selou o resultado em 3-1. Artur merece, no entanto, mais uma referência, porque fez uma defesa estrondosa aos 93 minutos a nova tentativa de Kevin Gameiro.

Nas grandes penalidades habituais para definir possíveis desempates na competição, o Benfica triunfou por 4-3. Witsel falhou a sua, Artur defendeu uma.

Este sábado há um PSG x Anderlecht para este mesmo torneio. O Benfica encerra a sua participação no Guadiana no domingo, contra os belgas.

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