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#1
 ; jotapê ~

; jotapê ~
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Por de trás do amor... Tumblr_lmceksZfUX1qef062o1_500

Hoje, acordei de forma repentina. Tinha acabado de acordar de um pesadelo, como o costume…
Passei a mão pela testa, para limpar aquele suor. Saí da cama, e enfiei os meus pés nos chinelos. Fui a rastejar até à cozinha, esfregando as mãos nos olhos. Decidi ir comer qualquer coisa… Abri a porta da prateleira das bolachas, e tirei o pacote. Sento-me na mesa, coloco no canal das notícias.
“ (…) um homem, de 42 anos, embateu o seu veículo num camião, no qual provocou um ferido grave, que se encontra em coma nos Hospital (…) ”

De repente, fui interrompido pelo toque do meu telemóvel… Alguém me estava a ligar. Atendi.
- Quem fala? – Disse eu, ainda meio ensonado.
- É a mãe… O teu pai está no hospital, teve um acidente, foi contra um camião. Quando puderes, anda ter ao hospital.
- O quê?! É ele o ferido grave, que deu agora nas notícias? Vou-me vestir, e já vou. – Atirei o telemóvel para cima da mesa, fui-me vestir, e deixei a minha mãe a falar sozinha.

Vesti-me, com a maior das pressas. Peguei no carro, e tentei ser o mais rápido possível, para chegar ao Hospital. Era tanto o trânsito, era hora de ponta, gente a ir para o trabalho… O que eu queria mesmo, era despachar-me!
Cheguei, estacionei o carro fora dos limites, e entrei a correr lá para dentro, à procura da minha mãe, para ela me explicar como estava o meu pai.
- João, aqui! – Chamou a minha mãe.
- Ah, estás aqui… Que se passa? Como aconteceu? Como é que ele está?
- Calma, João… Temos de ter calma. Ele ia normal, a conduzir, e atravessou-se um camião à frente, num cruzamento, e o teu pai não teve tempo para travar. Ele está muito mal, mas temos de nos unir…

Naquele momento, as lágrimas escorreram pela minha cara abaixo, sentei-me, e a minha mãe abraçou-me. Foi tão forte aquele abraço, que sentia que também estava mal, mas não o transmitia pelos olhos, como eu.
- Familiares do doente José Silva? – Perguntou o médico.
- Aqui, aqui! Que se passa? – Disse a minha mãe.
- Venham comigo, é um assunto sério. – Disse o médico.

Levou-nos para uma sala, que era sóbria. Deu-nos duas cadeiras, e começou a explicar.
- O Sr. José Silva, infelizmente, está muito mal. O acidente provocou perfurações na caixa torácica. Vão para casa, é melhor, porque quando nós tivermos notícias, ligamos para a esposa. Suponho que seja você.
- Sim, sou eu… Eu vou a casa, e vou telefonar para o trabalho dele, a explicar o assunto. Qualquer coisa, ligue-me logo doutor! Por favor!
- Claro, esteja descansada…

Saímos dali, e fomos em direcção à empresa do meu pai, preferiu assim a minha mãe.
- Eu gostaria de falar com o Carlos, o patrão, se faz favor. É um assunto sério. – Disse a minha mãe à secretária.
A secretária ligou lá para a sala do Sr. Carlos, e disse-lhe que éramos nós, que era um assunto sério. Entramos.
- Sr. Carlos… - A minha mãe começou a chorar.
- Que se passa, Filipa? O José hoje está a faltar ao trabalho, mas passa-se alguma coisa? Que se passa, João?
- O meu pai… O meu pai, teve um acidente de carro, quando vinha para o trabalho. – Debrucei-me sobre a mesa, e tentei suportar as lágrimas, coisa que não consegui, e mais uma vez, escorreram-me pela face.
- Mas, como é que ele está? – Perguntou o patrão.
- O meu marido está no hospital, está muito mal… O doutor disse, que quando tivesse notícias, ligava-me para lá ir. Sinto-me tão mal, perante isto tudo… Desculpe-me, mas é melhor irmos.
- Claro, claro. Eu compreendo. As melhoras. Quando houver notícias, telefone-me, se faz favor.
- Está bem, Sr. Carlos. Obrigado pela compreensão.
Saímos da sala. Abracei-me à minha mãe, e disse-lhe ao ouvido: “Tem calma, vai tudo correr bem.”, tendo eu a noção, que era complicado ele ficar completamente bem…

Chegamos a casa, deitamo-nos no sofá. O nome do meu pai, já tinha sido transmitido na televisão, e comecei a receber mensagens, de força, para não me preocupar, que tudo ia correr bem. A minha mãe, estava de rastos… até que, o telemóvel toca, é um número qualquer fixo, ela atende.
- Sim, quem fala?
- É o Dr. Duarte. Precisamos de falar consigo… Venha apenas você.
- Claro, já estou a ir!
Não gostei, do facto de apenas ir a minha mãe, fiquei ainda mais preocupado.

As horas foram passando, e eu, sempre a andar para a frente e para trás pela casa, a tentar ligar à minha mãe, mas ela não me atendia.

Ouvi algum barulho da garagem, era a minha mãe… Tinha chegado.
Fui a correr, ter com ela, e ela disse-me para ir para a sala, que já ia lá ter. Sentei-me no sofá, e ela chegou… A chorar, já não conseguia nem sequer falar.
- João… O teu pai… O teu pai… Ele… Ele, fal… faleceu.
Eu, ao ouvir aquelas, palavras, agarrei-me a ela, com todas as minhas forças. Agora, tínhamos de nos unir ainda mais, éramos apenas dois… Tornei-me, infelizmente, o homem da casa.
Passou a noite… Mais um dia, e a noite… Não dormi nada nestes dias, só relembrando memórias nestes 21 anos de vida com o meu pai.

Chegou o dia da triste cerimónia… Apoiei a minha mãe, mais que ninguém. Por vezes, mostrei-lhe um sorriso, falso, mas era para ela sorrir, também, apesar da fase… Recebemos todos os sentimentos, todas as forças. A minha mãe, antes de eles colocarem o caixão, atirou uma rosa vermelha, que ia junto com um papel que dizia “Até um dia, Homem da minha vida. Amo-te eternamente, José Carlos Pinheiro da Silva.”

Agarrei-a, e fomos para casa… Nessa mesma noite, mal comemos. Fomos dormir, e, no dia seguinte, a minha mãe acordou, e estava escrito, no outro lado da almofada: “Filipa, eu por ti faço tudo… Sei que não te estou a fazer feliz. Ontem, foi a última vez que me viste. O João, vai estar sempre para ti, vais ver. São muitos problemas, e eu estou farto. Força meu amor, eu amo-te.”
Era a mensagem… A mensagem que o meu pai tinha deixado no outro lado da almofada. Eu? Eu acordei, e estava escrito no tecto, de uma forma esborratada: “Eu amo-te filho, sê forte, e faz quem te rodeie, que o seja também”.
Não fiz mais nada. Deixei-me ali estar… Afinal, todos precisávamos de descansar.

“Pai, eu amo-te. Um dia, continuamos a nossa vida… Olha sempre por mim, e pela mãe.
És essencial nesta casa… Até um dia, Pai!”

#2
 ClaudiaSousa

ClaudiaSousa
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LINDO!

#3
 Budha

Budha
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O jotape tem imenso jeito! :D

#4
 Guardian

Guardian
Membro
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Esta muito bonito...

#5
 ; jotapê ~

; jotapê ~
Membro
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Obrigado aos três :')

#6
 Budha

Budha
Membro
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De nada, era fixe se escrevesses um livro :D

#7
 Robert

Robert
Membro
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ja nem preciso de dar a opiniao :venia:

#8
 ; jotapê ~

; jotapê ~
Membro
Membro
ray ferreira escreveu:De nada, era fixe se escrevesses um livro :D
E jeito para tal? Ainda me falta aprender muito...

Robert escreveu:ja nem preciso de dar a opiniao :venia:
Será? Quero ler a tua opinião, ahah Por de trás do amor... 253468018

#9
 Pathy@

Pathy@
Membro
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Está lindo como sempre *.*

#10
 ' SaraMarýa.

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- concordo com a Caramela , está lindo como sempre *O*

#11
 ; jotapê ~

; jotapê ~
Membro
Membro
Obrigado às duas :')

#12
 Pathy@

Pathy@
Membro
Membro
Dji nada *-*

#13
 ' SaraMarýa.

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- de nada João (:

#14
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