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 Guardian

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Os rebeldes líbios estão dentro de Trípoli, área sob controle das forças do líder Muamar Kadafi, disse um porta-voz da oposição na noite deste sábado. "A revolução de dentro de Trípoli começou oficialmente nesta noite em muitas áreas da capital, e espera-se que ela se espalhe por toda a cidade", disse à rede de TV CNN Jumma Ibrahim, porta-voz rebelde da região montanhosa de Zintan, no oeste do país.

Rebeldes líbios dizem ter chegado com 'revolução' a Trípoli 4dtbg9pjr7zb35tesyn1mn76t

A afirmação foi feita enquanto testemunhas relatavam que explosões e tiroteiros eram ouvidos na capital após dias de derrotas do regime Kadafi terem deixado insurgentes mais próximos da cidade. Por causa da escalada da violência, há especulação de que os 41 anos de regime podem estar perto do fim. Milhares de líbios saíram às ruas do reduto opositor de Benghazi, no leste do país, para celebrar as informações.

Residentes de Trípoli disseram à Reuters que podiam ouvir tiros vindos de diversas localidades, com manifestantes anti-Kadafi protestando nas ruas. Apesar disso, o porta-voz do governo, Moussa Ibrahim, disse que a cidade estava "estável e a salvo".

Em uma mensagem sonora divulgada na televisão na madrugada de domingo na Líbia (noite deste sábado em Brasília), Kadafi conclamou que seus partidários "marchem aos milhões" para pôr fim à "farsa" do conflito. "É preciso acabar com essa farsa. Vocês devem marchar aos milhões para libertar as cidades destruídas" controladas pela rebelião, declarou.

Rebeldes líbios lutavam neste sábado em cidades costeiras de ambos os lados de Trípoli, numa tentativa de finalmente derrubar Kadafi, enquanto a luta chegou, inclusive, a atravessar a fronteira com a Tunísia, em meio a uma guerra civil que dura seis meses.

Os EUA disseram que os "dias estão contados" para Kadafi à medida que insurgentes, apoiados pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), colocaram ainda mais pressão pela saída do ditador, em meio a relatos de que o número de desertores do regime aumentou.

Forças de segurança da Tunísia disseram ter interceptado invasores líbios armados em veículos além da fronteira e que houve tiroteio durante a noite (horário local) no deserto, com diversas baixas. Os soldados tunisianos não souberam informar se os invasores eram rebeldes ou partidários de Kadafi, mas moradores da região alegaram que eram parte do regime do ditador.

Constantes explosões provocadas por granadas, morteiros e armas automáticas puderam ser ouvidas na sexta-feira no centro de Zawiyah, cidade situada na costa, a cerca de 50 quilômetros a oeste de Trípoli, na qual os rebeldes entraram nesta semana.

Morteiros atingiram um hospital central perto do amanhecer, deixando buracos nas paredes, enquanto eram visíveis as cenas de destruição no interior do edifícil. Na sexta-feira, houve confrontos ao redor do hospital.

Na praça central, moradores queimavam uma bandeira verde de Kadafi. "Ele está acabado. Os civis estão começando a retornar para as cidades. A Líbia está finalmente livre", disse um deles, que se identificou como Abu Khaled. Em um beco próximo, moradores se aglomeravam para ver os corpos dos soldados do governo estendidos na rua. Tiroteios e explosões eram ouvidos à distância.

A tomada de Zawiyah transformou o conflito ao deixar Trípoli sem sua principal ligação terrestre com o mundo exterior, causando uma pressão sem precedentes sobre o mandato de 41 anos de Kadafi.

Segundo testemunhas da Reuters, enquanto tentavam consolidar o controle da cidade e sua estratégica refinaria de petróleo, os rebeldes de Zawiyah reunidos na praça central trocaram tiros com as forças de Kadafi, refugiadas em um hospital próximo, antes de expulsá-las.

O cerco súbito de Trípoli tem prejudicado os habitantes da capital e afetado o fornecimento de combustível e alimentos. A Organização Internacional para as Migrações (OIM) afirmou na sexta-feira que realizará uma operação de resgate em massa para retirar centenas de trabalhadores estrangeiros, provavelmente por mar.

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Em torno de 600 mil dos cerca de 1,5 milhão a 2,5 milhões de trabalhadores estrangeiros na Líbia fugiram do país desde o início da guerra civil, mas várias centenas permaneceram em Trípoli, que até esta semana estava bastante longe dos combates e ligada a duas horas de carro à fronteira com a Tunísia.

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