Postado Qui 8 Set 2011 - 19:47
Um telegrama diplomático dos EUA divulgado pelo portal WikiLeaks indica que o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, prometeu em 2006 tentar persuadir o primeiro-ministro para usar a base das Lajes como escala no repatriamento de detidos de Guantánamo, noticia a Lusa.
Segundo o telegrama, Amado disse que seria «difícil convencer» o então chefe do Governo, José Sócrates, e frisou que a cooperação portuguesa implicaria «total transparência».
O documento da embaixada norte-americana em Lisboa, datado de 08 de Setembro de 2006 e classificado como secreto, relata um encontro do embaixador dos EUA, Alfred Hoffman, com o então chefe da diplomacia portuguesa, onde entre diversos assuntos foi analisada a «situação de suspensão» de muitos detidos em Guantánamo, uma das preocupações então manifestadas pelo Presidente dos EUA George W. Bush.
«O embaixador perguntou ao ministro se o governo dos Estados Unidos podia utilizar as Lajes como escala para os voos que transportavam os detidos para os seus países de origem, e o ministro Amado disse que teria de informar o primeiro-ministro, que será difícil de convencer, mas prometeu pressionar para garantir a cooperação portuguesa, desde que exista total transparência», refere o documento.
O telegrama revela ainda as preocupações de Luís Amado sobre a necessidade de uma «clara abordagem política» e o seu alerta face às «consequências tremendamente negativas» caso o processo não fosse conduzido de forma correta.
«O momento não era o ideal devido ao seu depoimento a 5 de Setembro sobre os voos da CIA. [Amado] prometeu uma resposta provisória para a próxima semana. Disse ainda que necessitava de se reunir com a secretária [de Estado dos EUA Condoleezza] Rice para discutir este e outros assuntos relacionados».
O documento revela ainda que Amado considerou o repatriamento de detidos de Guantánamo «uma excelente oportunidade para o governo dos EUA virar a página e começar a trabalhar numa nova imagem» em relação aos direitos humanos.
«A Europa entendeu a reacção do governo dos EUA aos terríveis acontecimentos do 11 de Setembro, mas é tempo de regressar à normalidade uma vez que foram postas em práticas efectivas medidas de segurança. [Amado] frisou que a Europa e os EUA partilham o mesmo sistema de valores e que esta iniciativa fornecia uma excelente oportunidade para reconstruir o processo de cooperação».
O documento acrescenta que no seu depoimento à porta fechada no parlamento sobre os voos da CIA, em 5 de Setembro de 2006, Amado não divergiu da posição do seu antecessor de que o governo português não estava ao corrente de quaisquer voos da CIA em território português.
«Amado comentou: Disse o que (Freitas do Amaral) tinha dito. Também reiterou a vontade do governo em corrigir as bases legais para o processo de autorização. Acrescentou que Freitas do Amaral enviou uma carta ao comité provisório do Parlamento Europeu que investiga os voos da CIA em resposta às suas questões. Amado disse que os media o citaram de forma incorrecta quando referiu que tinha conhecimento dos voos da CIA. Apenas referiu que possuía a mesma lista dos voos que está na posse do Eurocontrol», ainda segundo o telegrama divulgado pelo WikiLeaks.
Amado também expressou a necessidade de «controlar o seu próprio Partido Socialista»: «Referiu não haver um consenso generalizado no partido para o prosseguimento de uma forte política externa transatlântica, e que existiam preocupações que a ala esquerda poderia entrar em ruptura em resposta à abordagem do governo face às questões de segurança e direitos humanos».
Segundo o telegrama, Amado disse que seria «difícil convencer» o então chefe do Governo, José Sócrates, e frisou que a cooperação portuguesa implicaria «total transparência».
O documento da embaixada norte-americana em Lisboa, datado de 08 de Setembro de 2006 e classificado como secreto, relata um encontro do embaixador dos EUA, Alfred Hoffman, com o então chefe da diplomacia portuguesa, onde entre diversos assuntos foi analisada a «situação de suspensão» de muitos detidos em Guantánamo, uma das preocupações então manifestadas pelo Presidente dos EUA George W. Bush.
«O embaixador perguntou ao ministro se o governo dos Estados Unidos podia utilizar as Lajes como escala para os voos que transportavam os detidos para os seus países de origem, e o ministro Amado disse que teria de informar o primeiro-ministro, que será difícil de convencer, mas prometeu pressionar para garantir a cooperação portuguesa, desde que exista total transparência», refere o documento.
O telegrama revela ainda as preocupações de Luís Amado sobre a necessidade de uma «clara abordagem política» e o seu alerta face às «consequências tremendamente negativas» caso o processo não fosse conduzido de forma correta.
«O momento não era o ideal devido ao seu depoimento a 5 de Setembro sobre os voos da CIA. [Amado] prometeu uma resposta provisória para a próxima semana. Disse ainda que necessitava de se reunir com a secretária [de Estado dos EUA Condoleezza] Rice para discutir este e outros assuntos relacionados».
O documento revela ainda que Amado considerou o repatriamento de detidos de Guantánamo «uma excelente oportunidade para o governo dos EUA virar a página e começar a trabalhar numa nova imagem» em relação aos direitos humanos.
«A Europa entendeu a reacção do governo dos EUA aos terríveis acontecimentos do 11 de Setembro, mas é tempo de regressar à normalidade uma vez que foram postas em práticas efectivas medidas de segurança. [Amado] frisou que a Europa e os EUA partilham o mesmo sistema de valores e que esta iniciativa fornecia uma excelente oportunidade para reconstruir o processo de cooperação».
O documento acrescenta que no seu depoimento à porta fechada no parlamento sobre os voos da CIA, em 5 de Setembro de 2006, Amado não divergiu da posição do seu antecessor de que o governo português não estava ao corrente de quaisquer voos da CIA em território português.
«Amado comentou: Disse o que (Freitas do Amaral) tinha dito. Também reiterou a vontade do governo em corrigir as bases legais para o processo de autorização. Acrescentou que Freitas do Amaral enviou uma carta ao comité provisório do Parlamento Europeu que investiga os voos da CIA em resposta às suas questões. Amado disse que os media o citaram de forma incorrecta quando referiu que tinha conhecimento dos voos da CIA. Apenas referiu que possuía a mesma lista dos voos que está na posse do Eurocontrol», ainda segundo o telegrama divulgado pelo WikiLeaks.
Amado também expressou a necessidade de «controlar o seu próprio Partido Socialista»: «Referiu não haver um consenso generalizado no partido para o prosseguimento de uma forte política externa transatlântica, e que existiam preocupações que a ala esquerda poderia entrar em ruptura em resposta à abordagem do governo face às questões de segurança e direitos humanos».