Postado Qua 8 Set 2010 - 17:50
As renováveis representam metade da electricidade produzida, permitindo reduzir as emissões de dióxido de carbono, congratula-se a Quercus. Mas a associação transmite preocupação devido ao aumento do consumo de energia eléctrica, de 5,5 por cento até Agosto.
«Estamos a bater um recorde em termos de peso da energia renovável nos últimos oito anos, atingimos 50 por cento no período de Julho de 2009 a Junho de 2010», disse à agência Lusa o vice-presidente da Quercus, Francisco Ferreira.
Trata-se de um dado importante - salientou - porque «permitiu reduzir as emissões de dióxido de carbono (gás com efeito de estufa que contribui para as alterações climáticas) em 3,4 milhões de toneladas, um número bastante significativo».
Comparando com as emissões de 1990, ano base para as contas de cumprimento do Protocolo de Quioto, esta redução corresponde a 5,6 por cento das emissões desse ano, segundo a Quercus.
O clima «deu uma ajuda» com a forte pluviosidade, mas a situação também teve a contribuição da energia eólica, onde se registou um aumento de potência.
Porém, Francisco Ferreira alerta para um factor a funcionar em sentido contrário. «A Quercus salienta o aumento do consumo de electricidade como não se via há uma série de anos, em contra ciclo com uma economia que está praticamente estagnada».
O aumento de 5,5 por cento no consumo «é muito para além daquilo que é natural, não está em linha com o que se verifica no resto da Europa, que já tem uma eficiência energética que lhe permite estabilizar ou mesmo diminuir consumos», acrescentou.
Pelo menos desde 2007, «não se verificavam aumentos de consumo de electricidade tão elevados em relação aos períodos homólogos do ano anterior», referiu a associação.
Na avaliação mensal, em Março, o acréscimo em relação ao mês homólogo de 2009 atingiu 12,3 por cento, segundo os dados da REN (Redes Energéticas Nacionais), citados pela Quercus.
Para a associação ambientalista, a primeira preocupação das entidades do sector devia ser compreender este comportamento.
Como possíveis contributos, o vice-presidente da Quercus apontou «a iluminação pública, em muitos casos exagerada, com muitos pontos de luz e ligados durante tempo a mais, quando não é necessário».
À escala doméstica, um dos aumentos de consumo «significativos» relaciona-se com os serviços de televisão por cabo e Internet, que representam uma subida de 10 por cento em relação ao consumo médio de uma família, acrescentou.
TVI24