Nos últimos seis meses, entidades estatais de Portugal solicitaram por 73 vezes informação de conteúdos e utilizadores referenciados pelo Google. Menos de 10 desses pedidos resultaram na remoção de páginas web.
Os números acabam de ser publicados pelo novo Transparency Report do Google , que dá a conhecer os vários pedidos de informação sobre páginas Web ou utilizadores que as entidades de vários países vão fazendo ao longo do tempo.

A ferramenta pretende denunciar algumas das tentativas de censura que os governos de vários países tentam exercer sobre o maior motor de busca do mundo, mas também agrega pedidos de informação relativos a processos criminais.

O mapa disponibilizado pelo TR não fornece detalhes sobre o assunto - apenas refere que menos de 10 dos 73 pedidos enviados pelas autoridades portuguesas, nos últimos seis meses, terão resultado na remoção de conteúdos das páginas do Google.

A escassez de informação não permite apurar o preciso número de páginas removidas, nem identificar as origens dos pedidos - o que impede a distinção entre solicitações feitas por autoridades policiais no âmbito de investigações de crimes, hipotéticas solicitações de organismos governamentais, ou "apenas" as notificações que a Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) enviou recentemente para o Google, com vista a impedir a captação de fotos para o serviço Street View, devido à alegada violação de privacidade dos cidadãos.

No TR é possível descobrir que os EUA lideram por larga margem este "ranking" com um total de 4287 pedidos de informação enviados para o Google. Destes pedidos, 128 terão resultado na remoção de conteúdos na Net.

Apesar de pretender dar a conhecer algumas das pressões governamentais, o TR é omisso quanto aos pedidos efetuados pelas autoridades chinesas, com quem o Google protagonizou recentemente um braço de ferro pela liberdade de expressão.