Postado Sáb 8 Jan 2011 - 21:39
Mónica Pires, que deu o alerta depois do atraso de Carlos Castro para um encontro, foi ouvida durante quase oito horas pelas autoridades norte-americanas após o assassínio do colunista social link externo num quarto de hotel em Nova Iorque, noticia a Lusa.
«Ainda estou sem dormir, só cheguei a casa há duas horas [10:00 em Lisboa]», disse à Lusa Mónica Pires, ainda com uma voz abalada.
Jovem modelo enfrenta prisão perpétua
Cônsul em Nova Iorque está a acompanhar o caso
A filha do jornalista Luís Pires, amigo de Carlos Castro, contou que chegou à esquadra da polícia cerca das 20:00 (horas locais, menos cinco que em Lisboa) e saiu às 3:45. O longo interrogatório foi conduzido pelo procurador de Nova Iorque e pelos investigadores que estão a acompanhar o caso.
Mónica Pires recordou à Lusa como tudo se passou: «Chegámos ao hotel cerca das 18:20 de sexta-feira e pedimos para chamar o Carlos, mas não respondia. Ligámos para o telemóvel e ninguém atendia».
«O Carlos já não sai do quarto»
Cerca de 15 minutos depois, Mónica e a sua mãe viram sair do elevador Renato Seabra, o principal suspeito do crime, que já foi detido.
«Perguntámos-lhe pelo Carlos e ele estava espantado. Acho que não estava à espera de nos ver e respondeu: O Carlos já não sai do quarto», uma resposta que as surpreendeu e as levou a contactar o gerente do hotel.
Foi quando o corpo de Carlos Castro foi descoberto cheio de sangue, com lesões na cabeça e mutilado sexualmente. Seguiu-se a chegada das autoridades policiais e de saúde ao quarto do Hotel Intercontinental, em Nova Iorque, onde estava hospedado com Renato Seabra.
Entretanto, Mónica e a mãe foram levadas para uma suite ao lado do quarto, onde começaram a ser interrogadas. «Estivemos muitas horas à espera, enquanto as autoridades andavam à procura do Renato, que foi encontrado umas horas depois», adiantou à Lusa.
Dali foram levadas para a esquadra da polícia, onde as questionaram sobre o suspeito. «Perguntaram-me o que tinha vestido, como é que achei o estado dele, se estava limpo, como estava o cabelo, se parecia que estava drogado», recordou.
«Perguntaram-me se eu conhecia o Renato, mas eu não conhecia. A minha mãe é que tinha andado com eles nos últimos dias. Eu só o conheci à porta do hotel», sublinhou.
Polícia atrasa voo para Lisboa
A mãe de Mónica foi jantar com eles na quinta-feira e achou «o Carlos muito calado, tinham tido um discussão», disse, adiantando que a mãe contou esta situação às autoridades.
«Nem parece real», lamentou Mónica Pires, que deverá ser este sábado novamente ouvida pelas autoridades.
Entretanto, o modelo Renato Seabra foi detido pela polícia em Nova Iorque, informou Luís Pires.
«Por volta da 11:00 horas (de sexta-feira, em Nova Iorque), o Renato deu entrada no Roosevelt Hospital, com cortes nos pulsos, pois tinha tentado matar-se», disse à Agência Lusa o jornalista.
Luís Pires sublinhou que a polícia foi logo accionada e chegou rapidamente ao local e, agora, o quarto e o corpo estão a ser analisados pelos médicos legistas.
«O taxista que levou Renato para o hospital também já foi encontrado e a polícia chegou mesmo a atrasar o voo da Continental para Lisboa (na noite de sexta-feira), antevendo uma possível fuga», referiu a mesma fonte. Luís Pires acredita que o assassínio foi provocado por ciúmes.
O jovem modelo permanece internado. A jornalista da «Agência Financeira» Marta Dhanis, a viver em Nova Iorque e em serviço especial para a TVI, esteve no hospital para obter mais informações. Mas, nos Estados Unidos, sempre que alguém é internado com os pulsos cortados, é levado para a ala psiquiátrica e não são fornecidas quaisquer informações.
Fonte:tvi24