Postado Qua 10 Ago 2011 - 22:35
Os mercados de ações mundiais voltam a mostrar fortes baixas. Mas o Ibovespa, que teve um comportamento melhor que o de Nova York durante todo o pregão, conseguiu fechar em alta. O índice chegou a subir mais de 2% durante a tarde mas, no fechamento, perdeu fôlego e encerrou com valorização de 0,48%, para 51.395 pontos. Segundo especialistas, os investidores estão corrigindo perdas e refazendo cálculos.
No Brasil, os compradores se focaram em papéis de empresas que caíram demais ou que mostram fluxos de caixa consistentes. Vale lembrar que, no ano, a bolsa brasileira está entre as que mais caíram, o que chama compras. "Está havendo uma migração, no mundo, de risco público para risco privado", acredita um operador. A lógica, no momento é de que a recessão esperada é para Estados Unidos e Europa, mas não para o Brasil.
Na Europa, os mercados de ações afundaram com rumores de que o próximo país na lista de rebaixamentos será a França. A Fitch negou que tenha previsto o rebaixamento, mas após o fechamento dos mercados. O Ministério de Finanças francês também disse que a especulação de que o país está prestes a perder seu rating AAA é "totalmente infundada". "As três agências (de classificação de risco) confirmaram que não existe risco de rebaixamento do rating francês, e esses rumores são completamente infundados", afirmou um assessor do ministro François Baroin à agência de notícias Dow Jones.
Veja também:
Especialistas preveem rebaixamentos em cadeia para países
As bolsas internacionais tiveram comportamento bem pior que o mercado brasileiro. Nova York despencou, após a recuperação de ontem, que foi mais forte no fechamento. Dow Jones caiu 4,6% e Nasdaq recuou 4,09%. A Europa fechou com quedas mais profundas: Londres caiu 3,05%, Paris -5,45%, Frankfurt -5,13%. Milão recuou 6,65% e Madri perdeu 5,49%.
Em relatório de hoje, o Standard Bank diz que há possibilidades de Estados Unidos e boa parte da Europa entrarem em recessão nos próximos seis meses. "O crescimento já estava bem anêmico antes do choque das ações dessa semana. Esse choque poderia ser suficiente para segurar as atividades de consumo e negócios, levando a estagnação no resto do ano."
Os operadores continuam avaliando todos os novos indicadores econômicos que vem sendo divulgados, para tentar traçar uma previsão mais sustentada sobre o crescimento econômico mundial. Hoje, ainda digerem a perspectiva de prolongadas taxas de juros baixas nos Estados Unidos e a expectativa de fraco crescimento na maior economia do mundo. As preocupações com a zona do euro também continuam presentes.
Ontem o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) anunciou que vai manter as taxas de juros perto de zero "ao menos até 2013", sugerindo que continuará havendo suporte para a debilitada economia norte-americana. A novidade fez com que as bolsas que estavam abertas reduzissem os ganhos (São Paulo e Nova York), mas depois se recuperassem. As primeiras avaliações foram de que o comunicado não trazia novidades. Na abertura, o movimento forneceu conforto para os mercados europeus, mas os ganhos iniciais foram aos poucos sendo reduzidos.
Os operadores reavaliaram a decisão do Fed e destacaram o tom pessimista sobre a expansão econômica norte-americana. "O comunicado (do Fed) pinta um quadro sombrio da economia dos EUA, observando que os riscos de baixa para a perspectiva econômica aumentaram e que o crescimento até agora neste ano tem sido consideravelmente menor do que o esperado", comentaram analistas da Dolmen Securities.
As ações de bancos da Itália recuaram, demonstrando que ainda existem preocupações com uma disseminação da crise de dívida da zona do euro. No Reino Unido, a divulgação do relatório trimestral de inflação do banco da Inglaterra (BOE) acentuou os receios sobre crescimento econômico, já que a instituição reduziu suas previsões para a expansão da economia e para a inflação.
Bolsas asiáticas
Nas bolsas asiáticas, o dia também foi de recuperação. Em Tóquio, o índice Nikkei 225 avançou 1,1%. Na bolsa de Hong Kong, o índice Hang Seng encerrou a sequência de seis pregões consecutivos de queda e fechou em alta de 2,34%.
As bolsas na China também encerraram os negócios no campo positivo. Além de repercutir a decisão do Fed, investidores analisaram também a indicação de que o governo chinês vai encerrar o atual ciclo de medidas de aperto monetário. O índice Xangai Composto subiu 0,9% e terminou aos 2.549,18 pontos. O índice Shenzhen Composto ganhou 1,4% e encerrou aos 1.127,03 pontos.
Apesar dos ganhos registrados no pregão, analistas acreditam que ainda é cedo para dizer que a tendência de baixa para as bolsas foi revertida. "Ainda não há no mercado uma confiança plena, e nós provavelmente não vimos o piso", disse Yoshihiro Okumura, gerente geral de pesquisa da Chibagin Asset Management.
Com a próxima onda de dados macroeconômicos dos EUA ainda distante de sua divulgação, os analistas dizem que o mercado vai prestar atenção em indicadores de menos destaque e olhará bem de perto os números semanais dos pedidos de auxílio-desemprego e as vendas no varejo, que saem na sexta-feira.
Ultimo Segundo
No Brasil, os compradores se focaram em papéis de empresas que caíram demais ou que mostram fluxos de caixa consistentes. Vale lembrar que, no ano, a bolsa brasileira está entre as que mais caíram, o que chama compras. "Está havendo uma migração, no mundo, de risco público para risco privado", acredita um operador. A lógica, no momento é de que a recessão esperada é para Estados Unidos e Europa, mas não para o Brasil.
Na Europa, os mercados de ações afundaram com rumores de que o próximo país na lista de rebaixamentos será a França. A Fitch negou que tenha previsto o rebaixamento, mas após o fechamento dos mercados. O Ministério de Finanças francês também disse que a especulação de que o país está prestes a perder seu rating AAA é "totalmente infundada". "As três agências (de classificação de risco) confirmaram que não existe risco de rebaixamento do rating francês, e esses rumores são completamente infundados", afirmou um assessor do ministro François Baroin à agência de notícias Dow Jones.
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As bolsas internacionais tiveram comportamento bem pior que o mercado brasileiro. Nova York despencou, após a recuperação de ontem, que foi mais forte no fechamento. Dow Jones caiu 4,6% e Nasdaq recuou 4,09%. A Europa fechou com quedas mais profundas: Londres caiu 3,05%, Paris -5,45%, Frankfurt -5,13%. Milão recuou 6,65% e Madri perdeu 5,49%.
Em relatório de hoje, o Standard Bank diz que há possibilidades de Estados Unidos e boa parte da Europa entrarem em recessão nos próximos seis meses. "O crescimento já estava bem anêmico antes do choque das ações dessa semana. Esse choque poderia ser suficiente para segurar as atividades de consumo e negócios, levando a estagnação no resto do ano."
Os operadores continuam avaliando todos os novos indicadores econômicos que vem sendo divulgados, para tentar traçar uma previsão mais sustentada sobre o crescimento econômico mundial. Hoje, ainda digerem a perspectiva de prolongadas taxas de juros baixas nos Estados Unidos e a expectativa de fraco crescimento na maior economia do mundo. As preocupações com a zona do euro também continuam presentes.
Ontem o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) anunciou que vai manter as taxas de juros perto de zero "ao menos até 2013", sugerindo que continuará havendo suporte para a debilitada economia norte-americana. A novidade fez com que as bolsas que estavam abertas reduzissem os ganhos (São Paulo e Nova York), mas depois se recuperassem. As primeiras avaliações foram de que o comunicado não trazia novidades. Na abertura, o movimento forneceu conforto para os mercados europeus, mas os ganhos iniciais foram aos poucos sendo reduzidos.
Os operadores reavaliaram a decisão do Fed e destacaram o tom pessimista sobre a expansão econômica norte-americana. "O comunicado (do Fed) pinta um quadro sombrio da economia dos EUA, observando que os riscos de baixa para a perspectiva econômica aumentaram e que o crescimento até agora neste ano tem sido consideravelmente menor do que o esperado", comentaram analistas da Dolmen Securities.
As ações de bancos da Itália recuaram, demonstrando que ainda existem preocupações com uma disseminação da crise de dívida da zona do euro. No Reino Unido, a divulgação do relatório trimestral de inflação do banco da Inglaterra (BOE) acentuou os receios sobre crescimento econômico, já que a instituição reduziu suas previsões para a expansão da economia e para a inflação.
Bolsas asiáticas
Nas bolsas asiáticas, o dia também foi de recuperação. Em Tóquio, o índice Nikkei 225 avançou 1,1%. Na bolsa de Hong Kong, o índice Hang Seng encerrou a sequência de seis pregões consecutivos de queda e fechou em alta de 2,34%.
As bolsas na China também encerraram os negócios no campo positivo. Além de repercutir a decisão do Fed, investidores analisaram também a indicação de que o governo chinês vai encerrar o atual ciclo de medidas de aperto monetário. O índice Xangai Composto subiu 0,9% e terminou aos 2.549,18 pontos. O índice Shenzhen Composto ganhou 1,4% e encerrou aos 1.127,03 pontos.
Apesar dos ganhos registrados no pregão, analistas acreditam que ainda é cedo para dizer que a tendência de baixa para as bolsas foi revertida. "Ainda não há no mercado uma confiança plena, e nós provavelmente não vimos o piso", disse Yoshihiro Okumura, gerente geral de pesquisa da Chibagin Asset Management.
Com a próxima onda de dados macroeconômicos dos EUA ainda distante de sua divulgação, os analistas dizem que o mercado vai prestar atenção em indicadores de menos destaque e olhará bem de perto os números semanais dos pedidos de auxílio-desemprego e as vendas no varejo, que saem na sexta-feira.
Ultimo Segundo