Postado Dom 7 Ago 2011 - 0:09
O secretário executivo do Ministério da Agricultura, Milton Ortolan, pediu demissão neste sábado, após reportagem da revista Veja que apontou relação do assessor do ministro Wagner Rossi com um lobista.
De acordo com a reportagem, o suposto lobista Julio Fróes teria um “escritório clandestino” no prédio da pasta, de onde intermediaria negócios com empresários. Segundo a revista, Fróes se apresentava como representante do ministério e afirmou conhecer Rossi e Ortolan. Em nota divulgada neste sábado, Rossi nega envolvimento com o lobista. O ministro informou que encaminhou pedido de investigação à Controladoria Geral da União sobre as irregularidades apontadas pela revista.
Ainda segundo a reportagem, Fróes redigiu um documento usado como base para o Ministério contratar sem licitação por R$ 9,1 milhões a Fundação São Paulo, mantenedora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). A entidade tinha o lobista como representante e após conseguir o contrato ele teria dado pastas com dinheiro a funcionários que o tinham ajudado no processo.
A revista diz que Fróes pediu uma "gratificação" de 10% a uma gráfica para que esta conseguisse renovar um contrato com o ministério. O lobista negou as acusações e chegou a agredir o repórter da Veja, que registrou boletim de ocorrência em Brasília.
“Sinto-me injustiçado e ofendido pelas suspeitas levantadas na reportagem”, diz Ortolan no comunicado divulgado este sábado. “Não participei e nem compactuo com ilegalidades. Tenho 40 anos de serviço público. Jamais fui acusado de conduta irregular", reforça. "Tenho a consciência tranquila e provarei minha inocência". (Leia abaixo a íntegra da nota)
Novas acusações
A edição do jornal Folha de S. Paulo que chega às bancas neste domingo traz outra denúncia contra Rossi. De acordo com o jornal, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), empresa pública vinculada ao Ministério da Agricultura e que foi dirigida por ele até o ano passado, teve o número de assessores especiais elevado de 6 para 26 pessoas. Os contratados para exercer os novos cargos são familiares de políticos do seu partido, o PMDB.
O loteamento da estatal teria ocorrido quando o ministro estava à frente da Conab, entre 2007 e o ano passado. Entre os contratados estão um filho do senador Renan Calheiros e um sobrinho de Orestes Quércia, ambos com salários de cerca de R$ 8 mil.
Ao jornal, Rossi defendeu as nomeações, disse que os diretores têm direito a preencher cargos e que as indicações são políticas. “Partidos da base aliada e outras legendas indicam pessoas qualificadas para o cargo e o governo promove as nomeações”, afirmou. O atual presidente do órgão, Evangevaldo dos Santos, também defendeu seus quadros e disse que parentes podem prestar um bom serviço.
O Ministério da Agricultura tem sido alvo de denúncias de irregularidades, o que já motivou a ida do ministro à Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos. Rossi deve comparecer a uma audiência no Senado na próxima semana pelo mesmo motivo.
Leia na íntegra a nota de Ortolan, que pediu demissão neste sábado :
“Repudio as informações publicadas de que sou conivente com irregularidades e desvios de recursos no Ministério da Agricultura, conforme aponta reportagem.
Em relação ao senhor Júlio Fróes, informo que o conheci por ocasião do início do processo de contratação da Fundação São Paulo (PUC-SP). Chegou a mim como sendo um representante da PUC-SP.
Desconheço a mencionada reunião realizada na Assessoria Parlamentar do Ministério da Agricultura para distribuição de “propina”.
Não participei e nem compactuo com ilegalidades. Tenho 40 anos de serviço público. Jamais fui acusado de conduta irregular.
Sinto-me injustiçado e ofendido pelas suspeitas levantadas na reportagem.
Informo que apresentei ao ministro, nesta data, meu pedido de demissão, em caráter irrevogável, do cargo de secretário-executivo do Ministério da Agricultura.
Solicito que sejam feitas investigações em todos os níveis considerados necessários. Coloco-me à disposição das autoridades competentes para prestar quaisquer esclarecimentos.
Tenho a consciência tranquila e provarei minha inocência.
Brasília, 6 de agosto de 2011
Milton Ortolan
Ultimo Segundo
De acordo com a reportagem, o suposto lobista Julio Fróes teria um “escritório clandestino” no prédio da pasta, de onde intermediaria negócios com empresários. Segundo a revista, Fróes se apresentava como representante do ministério e afirmou conhecer Rossi e Ortolan. Em nota divulgada neste sábado, Rossi nega envolvimento com o lobista. O ministro informou que encaminhou pedido de investigação à Controladoria Geral da União sobre as irregularidades apontadas pela revista.
Ainda segundo a reportagem, Fróes redigiu um documento usado como base para o Ministério contratar sem licitação por R$ 9,1 milhões a Fundação São Paulo, mantenedora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). A entidade tinha o lobista como representante e após conseguir o contrato ele teria dado pastas com dinheiro a funcionários que o tinham ajudado no processo.
A revista diz que Fróes pediu uma "gratificação" de 10% a uma gráfica para que esta conseguisse renovar um contrato com o ministério. O lobista negou as acusações e chegou a agredir o repórter da Veja, que registrou boletim de ocorrência em Brasília.
“Sinto-me injustiçado e ofendido pelas suspeitas levantadas na reportagem”, diz Ortolan no comunicado divulgado este sábado. “Não participei e nem compactuo com ilegalidades. Tenho 40 anos de serviço público. Jamais fui acusado de conduta irregular", reforça. "Tenho a consciência tranquila e provarei minha inocência". (Leia abaixo a íntegra da nota)
Novas acusações
A edição do jornal Folha de S. Paulo que chega às bancas neste domingo traz outra denúncia contra Rossi. De acordo com o jornal, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), empresa pública vinculada ao Ministério da Agricultura e que foi dirigida por ele até o ano passado, teve o número de assessores especiais elevado de 6 para 26 pessoas. Os contratados para exercer os novos cargos são familiares de políticos do seu partido, o PMDB.
O loteamento da estatal teria ocorrido quando o ministro estava à frente da Conab, entre 2007 e o ano passado. Entre os contratados estão um filho do senador Renan Calheiros e um sobrinho de Orestes Quércia, ambos com salários de cerca de R$ 8 mil.
Ao jornal, Rossi defendeu as nomeações, disse que os diretores têm direito a preencher cargos e que as indicações são políticas. “Partidos da base aliada e outras legendas indicam pessoas qualificadas para o cargo e o governo promove as nomeações”, afirmou. O atual presidente do órgão, Evangevaldo dos Santos, também defendeu seus quadros e disse que parentes podem prestar um bom serviço.
O Ministério da Agricultura tem sido alvo de denúncias de irregularidades, o que já motivou a ida do ministro à Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos. Rossi deve comparecer a uma audiência no Senado na próxima semana pelo mesmo motivo.
Leia na íntegra a nota de Ortolan, que pediu demissão neste sábado :
“Repudio as informações publicadas de que sou conivente com irregularidades e desvios de recursos no Ministério da Agricultura, conforme aponta reportagem.
Em relação ao senhor Júlio Fróes, informo que o conheci por ocasião do início do processo de contratação da Fundação São Paulo (PUC-SP). Chegou a mim como sendo um representante da PUC-SP.
Desconheço a mencionada reunião realizada na Assessoria Parlamentar do Ministério da Agricultura para distribuição de “propina”.
Não participei e nem compactuo com ilegalidades. Tenho 40 anos de serviço público. Jamais fui acusado de conduta irregular.
Sinto-me injustiçado e ofendido pelas suspeitas levantadas na reportagem.
Informo que apresentei ao ministro, nesta data, meu pedido de demissão, em caráter irrevogável, do cargo de secretário-executivo do Ministério da Agricultura.
Solicito que sejam feitas investigações em todos os níveis considerados necessários. Coloco-me à disposição das autoridades competentes para prestar quaisquer esclarecimentos.
Tenho a consciência tranquila e provarei minha inocência.
Brasília, 6 de agosto de 2011
Milton Ortolan
Ultimo Segundo